quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

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"Cansei desse troço, no duro. Com quantas mil pessoas você precisa dormir até esquecer uma só?"

Caio F

"Vai devagar… Pensa duas, três, quatro, quantas vezes forem necessárias pra não fazer bobagem. Cuida do teu coração, cuidado com quem você deixa entrar. Espera o tempo passar. Acredita menos… As pessoas não são tão legais quanto aparentam ser. Quem acredita menos, sofre na mesma proporção. Até quando você achar que é verdade, desconfie um pouquinho. Faz bem não se entregar totalmente logo de cara. Se arrisca mais, por você. Tenha coragem para dizer tudo que tens aí guardado. Seja forte para conseguir se manter calada perante alguns. Muda de rumo. Quando te mandarem ir por lá, vai pelo outro caminho. Ou vai apenas, pelo caminho do teu coração. Se você não aguentar mais fingir… Chore. Depois que você acabar de chorar, vai sentir-se mais leve. E então vai levantar a cabeça, lavar o rosto, pôr uma roupa bonita no corpo, um sorriso escandalosamente lindo no rosto e dizer que chega, que você vai é ser feliz. Eu sei, é assim mesmo. E vai funcionar! Não diga “nunca”, nunca. Irônico, não? Mas não diga. Porque essa vida é incrivelmente engraçada. Mais uma coisa. Você não pode ter medo que as pessoas te machuquem, viu. Porque as pessoas vão te machucar de vez em quando, até mesmo aqueles que você mais confia e admira. Não vão fazer por mal, mas somente porque são humanos. Cometemos erros ridículos com pessoas maravilhosas. Faz parte. Não esquece que cada um é cada um. Somos diferentes. Graças a Deus, somos. Vive um dia por vez, sem pressa e sem querer ser mais rápida que o tempo. E por favor, vai ser feliz, que tu ainda tem muito por viver."

Fernando Pessoa

"Enquanto não superarmos a ânsia do amor sem limites, não podemos crescer emocionalmente. Enquanto não atravessarmos a dor de nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades. Para viver a dois, antes, é necessário ser um."

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Questionamentos


Sou escrava de tudo que me domina. 
Eu que um dia já fui livre, hoje meus desejos me colocam a prova, como já vem me colocado antes.
Quero sentir todos os sentidos, quero algo além do que é o mais conhecido.
Trancada em um quarto, buscando encontrar o que perdi de mim. Tentando achar a resposta do que me perdi.
Bebendo. Desejando. E se controlando. Como o auto-controle é difícil.... Deuses!!!
Desejando ter aquilo que hoje não se tem.
O que hoje já não faz mais efeito como um dia já fez. 
Lutando para não ir atrás. Contra todos os meus demônios hoje estou.
Finalmente vejo o quanto sou fraca, com todos os planos insanos que percorrem minha mente.
Finalmente vejo o quão fraca eu sou. E como hipócrita eu fui.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Obrigada meu grande amor.

E se você não tivesse partido meu grande amor?
Não teria feito aquela viagem, não teria conhecido aquela pessoa, provado aquele beijo, aquele sabor.
Não teria saído aquelas noites e aprontado o que aprontei.
Se você não tivesse partido, talvez não me amaria o quanto me amo hoje, e visto o quanto a vida reserva pra mim. o quão covarde tu és, 

e como não me mereceu, por ser pequena.
Não teria provado daquele corpo, daquele sexo, que me completou e me fez me sentir mais completa do que horas que passei ao teu lado.
Se você não tivesse partido não teria em minha cabeça agora, essas inúmeras historias, de bobagens que fiz por conta de um coração idiota partido, que me fizeram sofrer tanto, e crescer tanto, levando a razão alem do que qualquer dor maior em meu peito. E descoberto que não peco em ser quem eu sou, esse ser vibrante, intenso, inconsequente.
Obrigada meu grande amor por ter partido.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Caio F. Abreu

Sri Lanka, quem sabe? ela me pergunta, morena e ferina, e eu respondo por que não? mas inabalável ela continua: você pode pelo menos mandar cartões-postais de lá, para que as pessoas pensem nossa, como é que ele foi parar em Sri Lanka, que cara louco esse, hein, e morram de saudade, não é isso que te importa? Uma certa saudade, e você em Sri Lanka, bancando o Rimbaud, que nem foi tão longe, para que todos lamentem ai como ele era bonzinho e nós não lhe demos a dose suficiente de atenção para que ficasse aqui entre nós, palmeiras & abacaxis. Sem parar, abana-se com a capa do disco de Ângela enquanto fuma sem parar e bebe sem parar sua vodca nacional sem gelo nem limão. Quanto a mim, a voz tão rouca, fico por aqui mesmo comparecendo a atos públicos, pichando muros contra usinas nucleares, em plena ressaca, um dia de monja, um dia de puta, um dia de Joplin, um dia de Teresa de Calcutá, um dia de merda enquanto seguro aquele maldito emprego de oito horas diárias para poder pagar essa poltrona de couro autêntico onde neste exato momento vossa reverendíssima assenta sua preciosa bunda e essa exótica mesinha-de-centro em junco indiano que apóia nossos fatigados pés descalços ao fim de mais outra semana de batalhas inúteis, fantasias escapistas, maus orgasmos e crediários atrasados. Mas tentamos tudo, eu digo, e ela diz que sim, claaaaaaaro, tentamos tudo, inclusive trept, porque tantos livros emprestados, tantos filmes vistos juntos, tantos pontos de vista sociopolíticos existenciais e bababá em comum só podiam era dar mesmo nisso: cama. Realmente tentamos, mas foi uma bosta Que foi que aconteceu, que foi meu deus que aconteceu, eu pensava depois acendendo um cigarro no outro e não queria lembrar, mas não me saía da cabeça o teu pau murcho e os bicos dos meus seios que nem sequer ficaram duros, pela primeira vez na vida, você disse, e eu acreditei, pela primeira vez na vida, eu disse, e não sei se você acreditou. Eu quero dizer que sim, que acreditei, mas ela não pára, tanto tesão mental espiritual moral existencial e nenhum físico, eu não queria aceitar que fosse isso: éramos diferentes, éramos melhores, éramos superiores, éramos escolhidos, éramos mais, éramos vagamente sagrados, mas no final das contas os bicos dos meus peitos não endureceram e o teu pau não levantou. Cultura demais mata o corpo da gente, cara, filmes demais, livros demais, palavras demais, só consegui te possuir me masturbando, tinha biblioteca de Alexandria separando nossos corpos, eu enfiava fundo o dedo na boceta noite após noite e pedia mete fundo, coração, explode junto comigo, me fode, depois virava de bruços e chorava no travesseiro, naquele tempo ainda tinha culpa nojo vergonha, mas agora tudo bem, o Relatório Hite liberou a punheta. Não que fosse amor de menos, você dizia depois, ao contrário, era amor demais, você acreditava mesmo nisso? naquele bar infecto onde costumávamos afogar nossas impotências em baldes de lirismo juvenil, imbecil, e eu disse não, meu bem, o que acontece é que como bons-intelectuais-pequeno-burgueses o teu negócio é homem e o meu é mulher, podíamos até formar um casal incrível, tipo aquela amante de Virginia Woolf, como era mesmo o nome da fanchona? Vita, isso, Vita Sackville-West e o veado do marido dela, ra não se erice, queridinho, não tenho nada contra veados não, me passa a vodca, o quê? e eu lá tenho grana para comprar wyborowas? não, não tenho nada contra lésbicas, não tenho nada contra decadentes em geral não tenho nada contra qualquer coisa que soe a uma tentativa. Eu peço um cigarro e ela me atira o maço na cara como quem joga um tijolo, ando angustiada demais, meu amigo, palavrinha antiga essa, a velha angst, saco, mas ando, ando, mais de duas décadas de convívio cotidiano, tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso, ah não me venha com essas histórias de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais, eu nunca tive porra de ideal nenhum, eu só queria era salvar a minha, veja só que coisa mais individualista elitista capitalista, eu só queria era ser feliz, cara, gorda, burra, alienada e completamente feliz. Podia ter dado certo entre a gente, ou não, eu nem sei o que é dar certo, mas naquele tempo você ainda não tinha se decidido a dar o rabo nem eu a lamber boceta, ai que gracinha nossos livrinhos de Marx, depois Marcuse, depois Reich, depois Castafieda, depois Laing embaixo do braço, aqueles sonhos tolos colonizados nas cabecinhas idiotas, bolsas na Sorbonne, chás com Simone e Jean-Paul nos 50 em Paris, 60 em Londres ouvindo here comes the sun here comes the sun little darling, 70 em Nova York dançando disco-music no Studio 54,80 a gente aqui mastigando esta coisa porca sem conseguir engolir nem cuspir fora nem esquecer esse azedo na boca. Já li tudo, cara, já tentei macrobiótica psicanálise drogas acupuntura suicídio ioga dança natação cooper astrologia patins marxismo candomblé boate gay ecologia, sobrou só esse nó no peito, agora faço o quê? não é plágio do Pessoa não, mas em cada canto do meu quarto tenho uma imagem de Buda, uma de mãe Oxum, outra de Jesusinho, um pôster de Freud, às vezes acendo vela, faço reza, queimo incenso, tomo banho de arruda, jogo sal grosso nos cantos, não te peço solução nenhuma, você vai curtir os seus nativos em Sri Lanka depois me manda um cartão-postal contando qualquer coisa como ontem à noite, na beira do rio, deve haver uma porra de rio por lá, um rio lodoso, cheio de juncos sombrios, mas ontem na beira do rio, sem planejar nada, de repente, sabe, por acaso, encontrei um rapaz de tez azeitonada e olhos oblíquos que. Hein? claro que deve haver alguma espécie de dignidade nisso tudo, a questão é onde, não nesta cidade escura, não neste planeta podre e pobre, dentro de mim? ora não me venhas com autoconhecimentos-redentores, já sei tudo de mim, tomei mais de cinqüenta ácidos, fiz seis anos de análise, já pirei de cl ín k., lembra? você me levava maçãs argentinas e fotonovelas italianas, Rossana Galli, Franco Andrei, Michela Roc, Sandro Moretti, eu te olhava entupida de mandrix e babava soluçando perdi minha alegria, anoiteci, roubaram minha esperança, enquanto você, solidário & positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária e bababá bababá. As pessoas se transformavam em cadáveres decompostos à minha frente, minha pele era triste e suja, as noites não terminavam nunca, ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei, voltei a isso que dizem que é o normal, e cadê a causa, meu, cadê a luta, cadê o po-ten-ci-al criativo? Mato, não mato, atordôo minha sede com sapatinhas do Ferro’s Bar ou encho a cara sozinha aos sábados esperando o telefone tocar, e nunca toca, neste apartamento que pago com o suor do po-ten-ci-al criativo da bunda que dou oito horas diárias para aquela multinacional fodida. Mas, eu quero dizer, e ela me corta mansa, claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodca, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, gin-seng e lexotan, depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a banchá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina ou ligo para o cvv às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca qualquer choramingando coisas tipo preciso-tanto-uma-razão-para-viver-e-sei-que-essa-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá e me lamurio até o sol pintar atrás daqueles edifícios sinistros, mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma? Ah, passa devagar a tua mão na minha cabeça, toca meu coração com teus dedos frios, eu tive tanto amor um dia, ela pára e pede, preciso tanto tanto tanto, cara, eles não me permitiram ser a coisa boa que eu era, eu então estendo o braço e ela fica subitamente pequenina apertada contra meu peito, perguntando se está mesmo muito feia e meio puta e velha demais e completamente bêbada, eu não tinha estas marcas em volta dos olhos, eu não tinha estes vincos em torno da boca, eu não tinha este jeito de sapatão cansado, e eu repito que não, que nada, que ela está linda assim, desgrenhada e viva, ela pede que eu coloque uma música e escolho ao acaso o Noturno número dois em mi bemol de Chopin, eu quero deixá-la assim, dormindo no escuro sobre este sofá amarelo, ao lado das papoulas quase murchas, embalada pelo piano remoto como uma canção de ninar, mas ela se contrai violenta e pede que eu ponha Ângela outra vez, e eu viro o disco, amor meu grande amor, caminhamos tontos até o banheiro onde sustento sua cabeça para que vomite, e sem querer vomito junto, ao mesmo tempo, os dois abraçados, fragmentos azedos sobre as línguas misturadas, mas ela puxa a descarga e vai me empurrando para a sala, para a porta, pedindo que me vá, e me expulsa para o corredor repetindo não se esqueça então de me mandar aquele cartão de Sri Lanka, aquele rio lodoso, aquela tez azeitonada, que aconteça alguma coisa bem bonita com você, ela diz, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez, que leve para longe da minha boca este gosto podre de fracasso, este travo de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando. A chave gira na porta. Preciso me apoiar contra a parede para não cair. Por trás da madeira, misturada ao piano e à voz rouca de Ângela, nem que eu rastejasse até o Leblon, consigo ouvi-la repetindo e repetindo que tudo vai bem, tudo continua bem, tudo muito bem, tudo bem. Axé, axé, axé! eu digo e insisto até que o elevador chegue axé, axé, axé, odara!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

;D

Se não é só pra foder comigo, mais foder também com minha vida...

Me esquece.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Caio F. Abreu

Sempre vira. A solidão não existe. Nem o amor. Nem o nojo. Odeio quando te enganas assim. A vida é agora, aprende. Ainda outra vez te tocarão os seios, lamberão os pelos, sentirão seus gostos. E a outra mais, outra vez ainda. Até esqueceres faces, nomes, cheiros. Serão tantos. O pó se acumula todos os dias sobre as emoções.


Triangulo das Águas - Caio F. Abreu

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Te proponho

Te proponho um amor incomum. Um amor de noites quentes, mesmo que frias. Um amor inspirado de poesia, fotografia e musica. Um amor de discussões violentas e pazes ardentes.
Te proponho vivamos mais dias de sol e noites enluaradas. Que escutemos o barulho do mar batendo na praia nas noites e acordemos cedo com os pássaros, só pra agradecer ao sol e voltar a dormir.Te proponho que assistamos mais filmes, leiamos mais livros e travemos mais debates “meio intelectuais, meio de esquerda”. Que comamos mais calorias e façamos mais esportes.
Te proponho o que der na telha.Te proponho que nos critiquemos sem piedade, e nos apoiemos em todos os momentos. Que tenhamos coragem de deixar de ser egoistas e medrosos. Te proponho viver com carinho. Te proponho viver como se fosse pra sempre, por que a gente corre o risco que seja. Mas nem por isso adiar nada. Te proponho que não nos arrependamos do que arriscamos até aqui, e se chegamos até aqui, que valha a pena o que está por vir. Te proponho que vivamos a vida, sabendo que ela acaba e nossa paralisia frente ao medo só nos tem feito perder o pouco tempo que resta.Te proponho vivamos com menos medo do futuro ou do fim, pra que se um dia ele chegar, tenhamos nos dado a chance de ser felizes e não fiquemos tristes por não ter vivido o que queriamos.

Tati Sister

Caio F.

“O cheiro do teu corpo persiste no meu durante dias. Não tomo banho. Guardo, preservo, cheiro o cheiro do teu cheiro grudado no meu. E basta fechar os olhos pra naufragar outra vez e cada vez mais fundo na tua boca. Abismos marinhos, sargaços. Minhas mãos escorrem pelo teu peito, gramados batidos de Sol, poços claros. Alguma coisa então pára, as coisas param. Os automóveis nas ruas, os relógios nas paredes, as pessoas nas casas, as estrelas que não conseguimos ver aqui no fundo da cidade escura. Olho no poço do teu olho escuro, meia noite em ponto. Quero fazer um feitiço pra que nada mais volte a andar. Quero ficar assim, no parado. Sei com medo que o que trouxe você aqui foi esse me jeito de ir vivendo como quem pula poças de lama, sem cair nelas, mas sei que agora esse jeito se despedaça. Torre fulminada, o inabalável vacila quando começa a brotar de mim isso que não esta completo sem o outro. Você assopra na minha testa. Sou só poeira, me espalho em grãs invisíveis pelos quatro cantos do quarto. Fico noite, fico dia, fico farpa, sede, garra, prego. Fico tosco e você se assusta com minha boca faminta voraz desdentada de moleque mendigo pedindo esmola neste cruzamento aonde viemos dar.”

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Caio F.

" e mergulhando a cabeça nos lençóis desarrumados procurasse uma especie de calor, imune ao tempo, as traças e a poeira, e procurasse o cheiro dele pelos cantos do quarto, e o chamasse com dor pelo nome, o nome que teve, antigamente, e nada encontrasse, porque tudo se perde e os ventos sopram levando as folhas de papel para longe, para além das janelas entreabertas sobre o telhado onde não restam mais migalhas para pássaros que não vieram nunca"


Caio F. - Visita

segunda-feira, 23 de abril de 2012

"...Eu não sei por que comecei a escrever sobre essas memórias idiotas. Nem sangrou. Nem chovi. Quando retomo a lista de coisas relevantes, esbarro com o seu nome riscado. Eu não disse? Irrelevante. Você não permitiu que eu te desse um lugar."

terça-feira, 17 de abril de 2012

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N'ao tenho tempo (LaRah)

Olha o Sr me desculpe mas não tenho tempo pra essas coisas não. 
Ando com um monte de coisa pra pensar, e sofrer de amor não tenho tempo não. E o pouco tempo que me resta já é até comprometido com a tal felicidade.
Olhe o Sr até me desculpe essa falta de jeito de falar, mais é que essas coisas do dia-a-dia me deixam assim direta. Pra não perder tempo com a faladeira.
Sabe como é to sem tempo pra pensar, a vida me chama todo o dia pra mim mesma, e não vou perder meu tempo com quem se escafedesse ou com quem o Sr quer deixar entrar.
Olha Sr coração, o Sr tome tendo e entenda que ultimamente sua unica função é bombear meu sangue.
E pare de resmungar homi e trabalhe.

sábado, 7 de abril de 2012

Promessa

Meu grande amor:
Te prometo que te amarei por todos os dias da minha vida com a mesma intensidade do primeiro, mesmo que por algum motivo não estejamos mais juntos, pois não posso te garantir a eternidade pois ela não depende só de mim.
Mas posso te garantir com toda a certeza que farei tudo que for possível, tudo que estiver ao meu alcance para tornar realidade todos os nossos sonhos e desejos de felicidade.
E zelarei pelo nosso amor por todos os minutos e jamais deixarei de tentar te entender e de me fazer ser entendida, mas com a calma dos amantes que estão juntos a décadas e sabem que tem todo o tempo do mundo para discutir a relação e que ela sempre poderá ser adiada com beijos, um carinho e um pouco mais de compreensão.
Se algum dia um de nós quiser ir embora, que sejamos no máximo o terceiro a tomar conhecimento, esse é o respeito que devemos ter um pelo o outro.
E quero que saiba, que desde o nosso primeiro beijo, desde que os nossos olhos se encontraram, jamais deixei de ser sua, mesmo que emprestada por um tempo para outros relacionamentos, foi só um empréstimo passageiro para que eu tivesse a certeza de que jamais sairia novamente dos seus braços. Meu corpo, meus pensamentos e a minha alma, desde o momento em que te vi, nem por um segundo deixaram de ser seus.
Fui, sou e sempre serei sua, só sua por todos os dias da minha vida.

Suzana Martins

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Equilibrio (Tati Bernardi)

Semana passada ouvi de um grande amigo uma grande verdade: “Chega uma hora na vida que você tem que abrir mão do selvagem dentro de você para manter amigos, empregos e constituir família. Ou você pode escolher ser um louco e viver sozinho.”

No meu último emprego, quando pedi demissão, ouvi do meu chefe, também um grande homem em raras ocasiões: “Toda essa sua mania de ser louquinha e falar o que pensa, só vai te garantir um emprego fixo: banda de rock.”

Acho que todos têm razão. E venho tentando, com orações dadas pela minha mãe desesperada com meu jeitinho nada meigo, yoga, terapia, sexo, pilates, mantras e muita conversa com amigos em geral, ser uma pessoa mais equilibrada.

Uma amiga me disse: “Quem briga por tudo e quer medir poder com todo mundo, na verdade está tentando provar que não é um bosta, tá brigando consigo mesmo”.

Pura verdade, quando minha auto-estima está em suas piores fases, é aí que a coisa pega: fico com mania de perseguição, acho que tá todo mundo querendo foder comigo, que existe um complô universal contra a minha frágil pessoa. Meu ataque nada mais é do que a defesa amedrontada de uma menina boba. 

Mas a verdade é que eu odeio o equilíbrio. Porra, se eu tô puta, eu tô puta! Se eu tô com ciúme, não vou sorrir amarelo e mostrar controle porque preciso parecer forte e bem resolvida. Se o filho da puta que senta do meu lado é um filho da puta, eu não vou fazer política da boa vizinhança, eu vou mais é berrar e libertar essa verdade de dentro do meu fígado: você é um grandessíssimo filho de uma puta! Se a vaca da catraca do teatro me tratou mal, eu vou mais é falar mesmo que ela é uma horrorosa que não vê pica há anos, ou melhor, que a última pica que viu foi do padrasto que a estuprou!

O sangue ferve aqui dentro, e eu não tô a fim de transformá-lo num falso líquido rosa que um dia vai me dar um câncer. Eu não tô a fim de contar até 100, eu quero espancar a porta do elevador se ele demorar mais dois segundos, quero morder o puto do meu namorado que apenas sorri seguro enquanto eu me desfaço em desesperos porque amar dói pra caralho, quero colocar TODAS as pessoas do meu trabalho que falam “Fala, floRRRR!” ou “Precisamos disso ASAP” numa câmera de gás peristáltico.

Eu sou antipática mesmo, o mundo tá cheio de gente brega e limitada e é um direito meu não querer olhar na cara delas, não tô fazendo mal a ninguém, só tô fazendo bem a mim. Minha terapeuta fala que eu preciso descobrir as outras Tatis: a Tati amiga, a Tati simpática, a Tati meiga, a Tati que respira, a Tati que pensa, a Tati que não caga em tudo porque deixou a imbecil da Tati de cinco anos tomar as rédeas da situação.

Ela tem razão, mas é tão difícil ver todos vocês acordando de manhã sem nada na alma, é tão difícil ver todos os casais que só sobrevivem na cola de outros casais que só sobrevivem na cola de outros casais, é praticamente impossível aceitar que as contas do final do mês valham a minha bunda sentada mais de 8 horas por dia pensando o quanto eu odeio essa gente que se acha “super” mas não passa de vendedor de sabonete ambulante.

É tão difícil ser mocinha maquiada em vestido novo e sapato bico fino quando tudo o que eu queria era rasgar todos os enfeites e cagar de quatro no meio da pista enquanto as tias chifrudas bebem para esquecer as dúvidas ao som de “Love is in the air”.

Parem de sorrir automaticamente para tudo, humanos filhos da puta, admitam que vocês não fazem a menor idéia do que fazem aqui. Admitam a dor de estar feio, e admitam que estar bonito não adianta porra nenhuma.

Eu já me senti um lixo de pijama com remela nos olhos, mas nunca foi um lixo maior do que me senti gastando meu dinheiro numa bosta de salão de beleza enquanto crianças são jogadas em latas de lixo porque a total miséria transforma qualquer filho de Deus em algo abaixo do animal.Mas eu não faço nada, eu continuo querendo usar uma merda de roupinha da moda numa merda de festinha da moda no meio de um monte de merdas que se parecem comigo. Eu quero feder tanto quanto eles para ser bem aceita porque, quando você faz parte de um grupo, a dor se equilibra porque se nivela.

E eu continua perdida, sozinha, achando tudo falso e banal. Acordando com ressaca de vida medíocre todos os dias da minha vida.

Grande merda de vida, você muda a estação do rádio para não reparar que a menina de dez anos parada ao lado do seu carro, já tem malícia, mas não tem sapatos. Você dá mais um gole no frisante para não reparar que a moça da mesa ao lado gostou do seu namorado, e ele, como qualquer imperfeito ser humano normal, gostou dela ter gostado.

Você disfarça, a vida toda você disfarça. Para não parecer fraco, para não parecer louco, para não aparecer demais e poder ser alvo de crítica, para ter com quem comer pizza no domingo, para ter com quem trepar na sexta à noite, para ter quem te pague a roupa nova e te faça sentir um bosta e para quem te pede socorro, você disfarça cegueira.

Você passa a vida cego para poder viver. Porque enxergar tudo de verdade dói demais e enlouquece, e louco acaba sozinho. Vão querer te encarcerar numa sala escura e vazia, ninguém quer ter um conhecido maluco que lembra você o tempo todo da angústia da verdade e de ter nascido. Você passa a vida cego, mentindo, fingindo, teatralizando o personagem que sempre vence, que sempre controla, que sempre se resguarda e nunca abre a portinha da alma para o mundo. Só que a sua portinha um dia vira pó, e você morre sem nunca ter vivido, e você deixa de existir sem nunca ter sido notado. Você é mais uma cara produzida na foto de mais uma festa produzida, é um coadjuvante feliz dessa palhaçada de teatro que é a vida.

Você aceitou tudo, você trocou as incertezas da sua alma pelas incertezas da moça da novela, porque ver os problemas em outros seres irreais é muito mais fácil e leve, além do que, novela dá sono e você não morre de insônia antes de dormir (porque antes de dormir é a hora perfeita para sentir o soco no estômago).

Você aceita a vida, porque é o que a gente acaba fazendo para não se matar ou não matar todos os imbecis que escutam você reclamar horas sem fim das incertezas do mundo e respondem sem maiores profundidades: relaaaaaaaaaaaaaxa!

Eu não vou fumar, eu não vou cheirar, eu não vou beber, eu não vou engolir, eu não vou fugir de querer me encontrar, de saber que merda é essa que me entristece tanto, de achar um sentido para eu não ser parte desse rebanho podre que se auto-protege e não sabe nem ao certo do quê. Eu não vou relaxaaaaaaaaaaaaaaaaaar.

A única verdade que me cala um pouco e, vez ou outra, me transforma em alguém estupidamente normal é que virar um louco selvagem que fala o que pensa, sem amigos e sem namorados, só é legal se você tiver alguém pra contar o quanto você é foda no final do dia.

Tati Bernardi

terça-feira, 6 de março de 2012

Prefácio - Abra e Entre



Quando eu era criança costumava fazer as contas e imaginar como estaria minha vida quando chegasse o século vinte e um. E, sabe-se lá porque vinha em minha mente a imagem de uma mulher, provavelmente casada com um cara padrão, buscando os filhos no colégio.
Eu, buscando os filhos no colégio? E casada com um cara padrão?
Essas imagens me deixavam muito inquieta, mas eu, uma criança, não sabia o porque.
Quem teria enfiado esse tipo de coisa na minha cabeça? Porque eu aceitava expectativas que não eram minhas?

Naquela época eu não sabia absolutamente nada a meu respeito.

Abra e entre - Gisele Joras.
 

domingo, 4 de março de 2012

"Um dia você vai acordar..."

"Um dia você vai acordar, olhar pro lado… sentir falta. Você vai saber que fez merda, que perdeu quem gostava de você, que sabia que podia ter dado certo mesmo tendo feito tanta besteira. Sabia que poderia ter mudado, se quisesse, e tentado de novo. Um dia vai bater o arrependimento, o sofrimento e a tristeza tudo junto, tudo de uma vez. Um dia isso vai acontecer e eu só vou ter pra te dizer: Bem feito, se fode."


(Federico Ezequiel Devito)

sábado, 3 de março de 2012

Muito Obrigada (LaRaH)



Parabéns a completa imbecil que sou.
Parabéns a todas as merdas que faço buscando salvação.
Obrigada a privada que me apoia em momentos de fraqueza.
Obrigada a todos os garços que me servem a amarga ilusão de felicidade.
Obrigada a todos os corpos que enganam o meu corpo com um pouco de prazer.
Obrigada a Gula insaciável a querer sempre mais, e não me contentar com coisas mais ou menos.
Obrigada a Avareza, por não dividir meu amor a qualquer um, e abrir mão de quem realmente importa.
Obrigada a Luxuria que me dá prazer e a liberdade.
Obrigada a Ira por não me fazer passional.
Obrigada a inveja, por me mostrar o quanto eu posso e como incomodo.

Obrigada a preguiça de socializar com pessoas fúteis.
Obrigada ao orgulho por fazer eu não olhar pra trás, e cuspir em qualquer sentimentalismo.
E por fim... muito obrigada aos dias vazios por me mostrarem como sou, a me mostrar essa completa covardia em ser aquilo que sempre tento fujir pra não ser.

By: Larah 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Caio F. Abreu

Como se a gente tivesse obrigação de fazer alguma coisa toda noite. Só porque é sábado. Essa obsessão urbanóide de aliviar a neurose a qualquer preço nos fins de semana, pode? Tenho vontade de dizer nada, não vou fazer absolutamente nada. Só talvez, mais tarde, se estiver de saco muito cheio, tentar o suicídio.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

"-Eu não gosto nunca de nada e gostei tanto de você. 
-É? 
-Droga. 
-O quê? 
-Eu falando de gostar. 
-E daí? 
-E daí que vai acontecer tudo de novo. 
-O quê? 
-Vou sentir demais, falar demais, escrever demais, você vai embora." 


(Tati Bernardi)

Quero ser feliz

Ultimamente eu ando querendo encontrar um cara diferente, diferente eu acho de todos que eu já conheci, e já tive algum tipo de relacionamento! Ultimamente eu ando querendo um homem de verdade e uma pessoa que tenha mais haver comigo, cansei de relacionamentos fúteis e que não vão me acrescentar e nem me levar a lugar nenhum, que só fazem me frustar e pensar que eu não mereço algo mais, que eu mereço algo melhor, que seja a minha altura...
Não me importa seu sobrenome, onde você nasceu, quanto carrega no bolso. Pessoas vazias são chatas e me dão sono. Gosto de quem mete a cara, arrisca o verso, desafia a vida, que espera alguma coisa do futuro, alguém que saiba realmente o que é viver a vida, ser feliz de verdade, que se arrisca em tudo, que encara tudo de frente e comigo do lado, que esteja ao meu lado quando eu precisar, que além de tudo seja meu parceiro, meu amigo, meu camarada, que ria comigo da minha desgraça, que goste de viver comigo algumas loucuras de vez enquando! Alguém que me faça sorrir dos piores absurdos e palhaçadas dessa vida, essa vida já é tão chata e monótona que se eu arrumar alguém que seja sério demais, careta demais, certinho demais, que não fuma, não bebe e não fode direito e gostoso, minha vida cairia no pior tédio possível, mais do que ela já está!
Eu ando querendo coisas novas, coisas diferentes, que alguém apareça na minha vida e mude completamente ela, que a vire de ponta cabeça, que dê algum sentido a ela, que mude e me tire dessa rotina, ficar sentado no parque tomando um sorvete de morango, num dia de domingo me faria muito feliz, passar a noite toda me contando piadas e discutindo sobre qualquer assunto, desde morte até futebol que eu não entendo nada! Um cara inteligente, que tenha assunto, que me faça olhar pra ele e admirá-lo pelo seu jeito de ser, que ele goste de algumas alguns estilos de músicas que eu gosto, precisa ser todos não... Cara eu não tô pedindo muito, eu  só quero alguém de verdade, será que existe alguém assim por ai nesse mundo ainda? Não, não tô pedindo que o cara seja rico, que ele frequente os lugares mais badalados, que ele seja carinhoso, fiel, romântico e blá blá blá e caxinha de fósforo, homens assim são tão previsíveis, odeio coisas e pessoas previsíveis! 
Eu quero que alguém em surpreenda, que inove, que seja diferente de todos os outros!
"Eu não quero um babaca, sonso e boca aberta, e que não tenha atitude, gosto de homens com pegada, e que tenham atitude, mais atitude que eu falo não é querer me comer no primeiro encontro, nem quero um taradão, e que só pense em sexo toda hora... Eu quero o equilíbrio, não um cara sem noção!"
Eu quero um cara que me conquiste aos pouquinhos, não quero um amor a primeira vista, porque meu bem vamos combinar isso não existe! E eu não sou mais uma menina de 5 anos pra acreditar em conto de fadas, que vai chegar na minha vida um cara perfeito em um cavalo branco e que eu viverei feliz pra sempre...
Um cara que me aguente, que aguente todas as minhas loucuras, minhas bizarrices, meus surtos, meus desejos... Que me deixe caidinha por ele. Eu quero e preciso tanto me apaixonar de novo, eu quero rir até a barriga doer, quero sentir aquela sensação de frio na espinha, calafrio, arrepios, ansiedade pra ver alguém...
Se eu gostar de você tenha a gentileza de não me deixar tão solta. Não me pergunte aonde vou, mas me peça pra voltar... Se eu gostar de você, tenha a delicadeza de também gostar de mim. E me deixe ser, assim, exatamente como sou. 
O fato é que eu ando tão fechada, e com medo de conhecer alguém, de me apaixonar, sei lá hoje em dia pra não ter nenhuma decepção, eu estou preferindo não conhecer ninguém, e nem sair com ninguém, porque isso se tornou uma coisa tão previsível! O cara vai te chamar pra sair, dai no começo vai ser sem graça, ninguém vai saber o que falar, ai um conta o que faz, o que gosta de fazer, se trabalha, ou se estuda, ai o cara se for um pamonha não vai te beijar, ele vai ficar esperando um momento super sem graça e nada haver pra que ele faça isso, ou esperar alguma atitude sua ou talvez ele nem te beije, e se o cara for um taradão ele vai te agarrar, quando ele for te buscar já dentro do carro, ai tudo bem na hora de vir embora, o pamonha vai te deixar em casa sem tentar nada, vai só dar um beijo e tchau, o taradão vai tentar te levar pro motel, ou vai tentar transar ali mesmo no carro, dai o pamonha vai te ligar no outro dia e ficar no seu pé, o taradão é imprevisível, se você não der pra ele, talvez ele fique no seu pé até conseguir o que ele quer, que é transar com você, ou se você der pra ele e ele conseguir o que ele quer ele nunca mais te procure, ou te procure só pra te comer mais uma vez, porque ele já sabe que você é fácil e  você vai dar pra ele toda vez que ele quiser e tiver afim de comer alguém!

Enfim:
"Eu quero alguém que tenha coragem. E saiba amar coisas simples e mulheres loucas. Quero alguém que acredite em realidade. Que esteja farto de sonhos perfeitos e Romeu e Julieta. Quero alguém que entenda o que é tpm. Que me faça rir. E que minta pouco. Quero alguém que goste de ler. Que me dê presentes fora de época. E que goste de rap e rock.
Quero um amor que me compre biscoitos divertidos, cremes da Lancome e duas alianças. Que tenha uma casa. Com guarda-roupa, tv grande. Banheira de pé. Jardim com laguinho. E uma cama de casal, enorme."


(Vanessa Rosa)


"Me dei, me dei… Mudei. E você, o quê? Fiz tudo, te dei o meu mundo. E você o quê? Joguei, lutei, arrisquei, amei! Gostei, um amor maior: impossível. E você o quê? Ultrapassei meu íntimo. Fechei meus olhos, os olhos da alma. Decidi ignorar meus padrões. Ocultei minhas raivas, algumas vezes não deu, disfarcei meus ciúmes, amaciei minhas mágoas. Sua voz me tranquilizara, teu sexo me domava. Fiz como pude e como não pude. Do seu jeito fui levando, algumas vezes amor próprio me faltou, mas eu só queria seu amor. Por inúmeras vezes te amava mais do que o tudo. E pergunto: E você? O quê? Armei sua lona, fiz seu circo , pintei seu mundo. Fiz de você meu primeiro. Usei suas cores, anulei as minhas. Aceitei suas verdades intactas, anulei as minhas. E você amor? O quê? O quê você fez? Despedacei meu ego, levantei nossa bandeira. Me julguei egoísta, fui contra a seu favor. Chorei, chorei, chorei até faltar vazio em mim. Fui no fundo, no profundo do meu âmago. Pra merecer teus carinhos, teus gemidos, tua língua, teu prazer, teu sorriso, tua atenção, teu apreço. Pra me sentir mulher, me fiz criança. Fiz pirraça, cena, novela. Decorei um texto pra nada dar errado. Abri a mente, fiz preces, fantasiei um mundo. Amei teu corpo, teu jeito, teu cheiro, tua sombra, abri meu peito acreditei na gente. Desconfiei muito, mas confiei demais, e você amor? O quê ? Ouviu minha canção? Abriu o peito? Cortou seus cabelos? Trocou de canal? Falou "aquela" frase? Fez planos pra mim? Escolheu um filme pra nós dois? Foi minha companhia para todos os momentos? Foi a um show? Usou "aquela" blusa? Amou-me de verdade? Pensou em mim? No que construímos? No que alcançamos? Tudo um dia tem fim. Tudo na vida tem volta. Tranqüilo você pode ficar, riscos de amar sem ser amado, você não há de correr não. Amor de verdade você não sabe diferenciar. Dizer que vou ser feliz agora? Quem sabe? Dizer que você vai se dar bem? Tomara! Aprendizados são pra vida toda, mas amor unilateral na vida da gente uma só vez é suficiente."
(Tati Bernardi)

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Para quem me odeia.




Eu te amo. E não seria metade do que sou sem você, juro.
É seu ódio profundo que me dá forças para continuar em frente, exatamente da minha maneira.
Prometa que nunca vai deixar de me odiar ou não sei se a vida continuaria tendo sentido para mim.
Eu vagaria pelas ruas insegura, sem saber o que fiz de tão errado.
Se alguém como você não me odeia, é porque, no mínimo, não estou me expressando direito.
Sei que você vive falando de mim por aí sempre que tem oportunidade, e esse tipo de propaganda boca a boca não tem preço.
Ainda mais quando é enfática como a sua - todos ficam interessados em conhecer uma pessoa que é assim, tão o oposto de você.
E convenhamos: não existe elogio maior do que ser odiado pelos odientos, pelos mais odiosos motivos.
Então, ser execrada por você funciona como um desses exames médicos mais graves, em que “negativo” significa o melhor resultado possível.
Olha, a minha gratidão não tem limites, pois sei que você poderia muito bem estar fazendo outras coisas em vez de me odiar - cuidando da sua própria vida, dedicando-se mais ao seu trabalho, estudando um pouco.
Mas não: você prefere gastar seu precioso tempo me detestando.
Não sei nem se sou merecedora de tamanha consideração.
Bom, como você deve ter percebido, esta é uma carta de amor.
E, já que toda boa carta de amor termina cheia de promessas, eis as minhas:
Prometo nunca te decepcionar fazendo algo de que você goste. Ao contrário, estou caprichando para realizar coisas que deverão te deixar ainda mais nervoso comigo.
Prometo não mudar, principalmente nos detalhes que você mais detesta. Sem esquecer de sempre tentar descobrir novos jeitos de te deixar irritado.
Prometo jamais te responder à altura quando você for, eventualmente, grosseiro comigo, ao verbalizar tão imenso ódio. Pois sei que isso te faria ficar feliz com uma atitude minha, sendo uma ameaça para o sentimento tão puro que você me dedica.
Prometo, por último, que, se algum dia, numa dessas voltas que a vida dá, você deixar de me odiar sem motivo, mesmo assim continuarei te amando. Porque eu não sou daquelas que esquece de quem contribuiu para seu sucesso.
Pena que você não esteja me vendo neste momento, inclusive, pois veria o meu sincero sorrisinho agradecido - e me odiaria ainda mais.
Com amor, da sua eterna.”
(Fernanda Young)


domingo, 29 de janeiro de 2012

Para que a Deusa Tríplice se faça presente em mim.


Hoje eu me torno mais mulher,
Mais Deusa,
Mais Bruxa.

Hoje eu me torno mais ousada,
Mais divina,
Mais sábia.

Mais um ciclo que termina,
e um novo que começa.

Deixarei de ser um menina muito sensível,
Para dar lugar a uma mulher de garra.
Porém sem nunca deixar de ferver dentro de mim as 3 faces da mãe:
A Virgem,
A Mãe e
A Anciã.

Estou seguindo o meu caminho,
Que a Senhora de toda vida me abençoe,
Que eu siga sempre alegre
E que as decepções que vierem no futuro,
se tornem escudos em minhas mãos.

Esse é um rito de passagem,
Que todo o decorrer de meus dias sejam repletos de amor,
Para que a beleza e a sabedoria que ele trasmite,
Siga sempre comigo.

Que a compaixão e a harmonia
que habitam dentro de mim se multipliquem.
Que eu siga sempre em frente,
e que as coisas ruins se afastem.

Para que eu seja como a borboleta,
Que viveu uma metamorfose,
De uma lagarta,
para um ser livre e com asas para poder voar.

E que assim a minha energia sempre trasmute,
Para o meu bem,
E para o meu crescimento.

Trechos -



- Não sei mais o que fazer com você.
- Nada. Não pode fazer nada para me tornar alguém com quem você fique confortável.
Porque não vou casar com aquele rapaz judeu, não vou ter filhos judeus.
Não vou me casar e ser subserviente.
Não vou por a mesa de jantar e fingir que coisas ruins não acontecem. Porque quando não se fala nelas, elas pioram.


Jenny Schecter - Trecho The L Word

sábado, 28 de janeiro de 2012



Alguém entra na sua vida, rouba seu tempo, destrói sua confiança, agride sua auto-estima, estilhaça o pouco que resta da sua esperança no amor. E sai ileso. Não adianta desperdiçar sofrimento por quem não merece. É como escrever poemas em papel higiênico e limpar o cu com os sentimentos mais nobres.


Cazuza

sábado, 21 de janeiro de 2012



Fui achando meus espaços,
descartando meus pecados, 
acreditando nas escolhas. 
Hoje tenho o andar mais solto, 
não pela facilidade do caminho, 
mas por ter total domínio dos meus pés.



Fernanda Gaona

Trechos -



" Quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então."



Alice no Pais das Maravilhas

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Sempre fui feita de inteiros e não de metades. (LaRaH)



Não tenho saco, nem vocação para relacionamentos de merda.
Desculpa se apenas me divirto sem me prender. Mas simplesmente não suporto estar ao lado de quem não me completa, não me acrescenta ou diminui. Naão poderia enganar a alguém. Acredite sou honesta, e esse não comprometimento salva ambas as partes.
 Não consigo pensar: que se foda o próximo se realmente gosta,b se ou aprender a gostar.
 Se eu assumir algo com vc. Acredite: Vc me encantou.
 Não me venha com pessoas mais ou menos e achar que ok. Não tem nada o que fazer mesmo então vamos lá brincar de namoradinhos.
 Pra mim não rola, até porque me entrego, me prendo e me doou, é sei que assim posso me machucar bem mais. Mais isso não importa sei que vou viver algo intenso e não uma mentira.
 Talvez me esforce pouco tbm para encontrar a “alma gêmea” mas todos os meus relacionamentos surgiram da forma mais absurda e inesperada, e todos deram certo.
 No mínimo tenho contato até hoje, ou duraram tempo para conhecer a pessoa pelo olhar.
 Sempre fui feita de inteiros e não de metades.
Boazinha? não meus queridos, simplesmente acredito no que vai volta, e não quero machucar alguem, doi muito sabe? Embora admita que já machuquei e vi pessoas chorarem.
O eu não prestar e ser uma puta entendam é algo que faço, por não querer dor, mas não a minha.

By LaRaH

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Caio F. Abreu



Eu queria te contar que não dói mais. Só que agora não importa tanto o que você vai pensar sobre isso.
Queria que você soubesse que já vi nossos filmes milhares de vezes e nem chorei. Ok, chorei. Mas pelo filme, e não por você.
Queria que você soubesse que tirei a poeira das nossas músicas, e que as ouço quase todos os dias. Porque elas me faziam mais falta do que você fez.
Os nossos lugares não s
ão mais nossos. Eu já voltei lá com outras pessoas, e escrevi lá outras histórias...
Eu estou aprendendo a tocar violão. E a primeira música que toquei foi aquela música que era uma espécie de hino pra nós dois. Ela é tão linda...e sim, ela continua sendo muito nossa e lembrando demais você. Mas ainda sim, não dói.
Você não pergunta essas coisas, mas sei que gostaria de saber. Porque te conheço. E isso não mudou.
Do mesmo jeito que adivinhei as coisas ruins que você aprontaria, eu sei as coisas boas que ficaram aí em você e te fazem lembrar de mim.
Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga.
E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás.
(Então eu pego o passado, e transformo em poesia-ou-coisa-assim.)

domingo, 15 de janeiro de 2012

Mais um dia. Menos um dia.



Mais um dia, menos um dia, quantos dias já se passaram desde que vc se foi? ao certo eu nem sei, mas não foram poucos, ao menos não para mim, a tempos atrás quando doia mais, parecia que uma semana era um mês, pensava que iria sofrer até morrer, pensava que sem você meu mundo iria acabar... hoje não dói como um dia doeu, não sinto mais sua falta, e mal me lembro de como eram seus beijos, se vejo a...lguma foto sua não vejo a beleza que via antes. Só não sei o que acontece, posso afirmar que não gosto mais de ti, que não voltaria ou tentaria voltar... mas em algum lugar dentro de mim eu sei que você ainda insiste em me pertubar, seja em sonhos no meio da noite, lugares, musicas, filmes, livros que as vezes me fazem me lembrar de algum momento a seu lado. como disse afirmo que não gosto, só que as vezes me bate uma saudade, não sei exatamente do que. E as lembranças que por vezes vem me atormentar. Apenas queria te esquecer e não dá, não dá porque você fez parte da minha vida, se eu te esquecer acho que esquecerei parte de mim também, não sei, talvez seja um pensamento sem noção, mas é fato não dá pra esquecer alguém com quem viveu por um periodo, pode tentar, falar que esqueceu mas estara lá pra sempre, é como algum machucado que se faz, dói, começa a melhorar, melhora mas a cicatriz não sai, fica ali alguma marca, quando olha lembra de como ela foi parar ali, creio que com um relacionamento seja assim também, não se pode apagar de vez. Mais um dia sem você e menos um dia que me lembro mais de você, dizem que quanto mais velho se fica menos se lembra de algumas coisas rsrs, um dia vou me lembrar apenas vagamente, pois como disse esquecer infelizmente não dá. E aquela dor toda que superei, valeu a pena, pois aprendi muito com ela. e ainda tiro proveito dela para escrever e aconselhar.
os dias passam, e embora demore a dor também passa. E quando mais cedo perceber que a pessoa com quem fazia planos para o futuro, não era o principe encantado com que imaginava. E o que Deus tem preparado pra você não é nem 1% comparado com quem você perdeu tempo, melhor é!



Aline Silva