Te proponho um amor incomum. Um amor de noites quentes, mesmo que frias. Um amor inspirado de poesia, fotografia e musica. Um amor de discussões violentas e pazes ardentes.
Te proponho vivamos mais dias de sol e noites enluaradas. Que escutemos o barulho do mar batendo na praia nas noites e acordemos cedo com os pássaros, só pra agradecer ao sol e voltar a dormir.Te proponho que assistamos mais filmes, leiamos mais livros e travemos mais debates “meio intelectuais, meio de esquerda”. Que comamos mais calorias e façamos mais esportes.
Te proponho o que der na telha.Te proponho que nos critiquemos sem piedade, e nos apoiemos em todos os momentos. Que tenhamos coragem de deixar de ser egoistas e medrosos. Te proponho viver com carinho. Te proponho viver como se fosse pra sempre, por que a gente corre o risco que seja. Mas nem por isso adiar nada. Te proponho que não nos arrependamos do que arriscamos até aqui, e se chegamos até aqui, que valha a pena o que está por vir. Te proponho que vivamos a vida, sabendo que ela acaba e nossa paralisia frente ao medo só nos tem feito perder o pouco tempo que resta.Te proponho vivamos com menos medo do futuro ou do fim, pra que se um dia ele chegar, tenhamos nos dado a chance de ser felizes e não fiquemos tristes por não ter vivido o que queriamos.
Tati Sister
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Caio F.
“O cheiro do teu corpo persiste no meu durante dias. Não tomo banho. Guardo, preservo, cheiro o cheiro do teu cheiro grudado no meu. E basta fechar os olhos pra naufragar outra vez e cada vez mais fundo na tua boca. Abismos marinhos, sargaços. Minhas mãos escorrem pelo teu peito, gramados batidos de Sol, poços claros. Alguma coisa então pára, as coisas param. Os automóveis nas ruas, os relógios nas paredes, as pessoas nas casas, as estrelas que não conseguimos ver aqui no fundo da cidade escura. Olho no poço do teu olho escuro, meia noite em ponto. Quero fazer um feitiço pra que nada mais volte a andar. Quero ficar assim, no parado. Sei com medo que o que trouxe você aqui foi esse me jeito de ir vivendo como quem pula poças de lama, sem cair nelas, mas sei que agora esse jeito se despedaça. Torre fulminada, o inabalável vacila quando começa a brotar de mim isso que não esta completo sem o outro. Você assopra na minha testa. Sou só poeira, me espalho em grãs invisíveis pelos quatro cantos do quarto. Fico noite, fico dia, fico farpa, sede, garra, prego. Fico tosco e você se assusta com minha boca faminta voraz desdentada de moleque mendigo pedindo esmola neste cruzamento aonde viemos dar.”
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Caio F.
" e mergulhando a cabeça nos lençóis desarrumados procurasse uma especie de calor, imune ao tempo, as traças e a poeira, e procurasse o cheiro dele pelos cantos do quarto, e o chamasse com dor pelo nome, o nome que teve, antigamente, e nada encontrasse, porque tudo se perde e os ventos sopram levando as folhas de papel para longe, para além das janelas entreabertas sobre o telhado onde não restam mais migalhas para pássaros que não vieram nunca"
Caio F. - Visita
Caio F. - Visita
segunda-feira, 23 de abril de 2012
sexta-feira, 20 de abril de 2012
terça-feira, 17 de abril de 2012
N'ao tenho tempo (LaRah)
Olha o Sr me desculpe mas não tenho tempo pra essas coisas não.
Ando com um monte de coisa pra pensar, e sofrer de amor não tenho tempo não. E o pouco tempo que me resta já é até comprometido com a tal felicidade.
Olhe o Sr até me desculpe essa falta de jeito de falar, mais é que essas coisas do dia-a-dia me deixam assim direta. Pra não perder tempo com a faladeira.
Sabe como é to sem tempo pra pensar, a vida me chama todo o dia pra mim mesma, e não vou perder meu tempo com quem se escafedesse ou com quem o Sr quer deixar entrar.
Olha Sr coração, o Sr tome tendo e entenda que ultimamente sua unica função é bombear meu sangue.
E pare de resmungar homi e trabalhe.
Ando com um monte de coisa pra pensar, e sofrer de amor não tenho tempo não. E o pouco tempo que me resta já é até comprometido com a tal felicidade.
Olhe o Sr até me desculpe essa falta de jeito de falar, mais é que essas coisas do dia-a-dia me deixam assim direta. Pra não perder tempo com a faladeira.
Sabe como é to sem tempo pra pensar, a vida me chama todo o dia pra mim mesma, e não vou perder meu tempo com quem se escafedesse ou com quem o Sr quer deixar entrar.
Olha Sr coração, o Sr tome tendo e entenda que ultimamente sua unica função é bombear meu sangue.
E pare de resmungar homi e trabalhe.
sábado, 7 de abril de 2012
Promessa
Te prometo que te amarei por todos os dias da minha vida com a mesma intensidade do primeiro, mesmo que por algum motivo não estejamos mais juntos, pois não posso te garantir a eternidade pois ela não depende só de mim.
Mas posso te garantir com toda a certeza que farei tudo que for possível, tudo que estiver ao meu alcance para tornar realidade todos os nossos sonhos e desejos de felicidade.
E zelarei pelo nosso amor por todos os minutos e jamais deixarei de tentar te entender e de me fazer ser entendida, mas com a calma dos amantes que estão juntos a décadas e sabem que tem todo o tempo do mundo para discutir a relação e que ela sempre poderá ser adiada com beijos, um carinho e um pouco mais de compreensão.
Se algum dia um de nós quiser ir embora, que sejamos no máximo o terceiro a tomar conhecimento, esse é o respeito que devemos ter um pelo o outro.
E quero que saiba, que desde o nosso primeiro beijo, desde que os nossos olhos se encontraram, jamais deixei de ser sua, mesmo que emprestada por um tempo para outros relacionamentos, foi só um empréstimo passageiro para que eu tivesse a certeza de que jamais sairia novamente dos seus braços. Meu corpo, meus pensamentos e a minha alma, desde o momento em que te vi, nem por um segundo deixaram de ser seus.
Fui, sou e sempre serei sua, só sua por todos os dias da minha vida.
Suzana Martins
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Equilibrio (Tati Bernardi)
Semana passada ouvi de um grande amigo uma grande verdade: “Chega uma hora na vida que você tem que abrir mão do selvagem dentro de você para manter amigos, empregos e constituir família. Ou você pode escolher ser um louco e viver sozinho.”
No meu último emprego, quando pedi demissão, ouvi do meu chefe, também um grande homem em raras ocasiões: “Toda essa sua mania de ser louquinha e falar o que pensa, só vai te garantir um emprego fixo: banda de rock.”
Acho que todos têm razão. E venho tentando, com orações dadas pela minha mãe desesperada com meu jeitinho nada meigo, yoga, terapia, sexo, pilates, mantras e muita conversa com amigos em geral, ser uma pessoa mais equilibrada.
Uma amiga me disse: “Quem briga por tudo e quer medir poder com todo mundo, na verdade está tentando provar que não é um bosta, tá brigando consigo mesmo”.
Pura verdade, quando minha auto-estima está em suas piores fases, é aí que a coisa pega: fico com mania de perseguição, acho que tá todo mundo querendo foder comigo, que existe um complô universal contra a minha frágil pessoa. Meu ataque nada mais é do que a defesa amedrontada de uma menina boba.
Mas a verdade é que eu odeio o equilíbrio. Porra, se eu tô puta, eu tô puta! Se eu tô com ciúme, não vou sorrir amarelo e mostrar controle porque preciso parecer forte e bem resolvida. Se o filho da puta que senta do meu lado é um filho da puta, eu não vou fazer política da boa vizinhança, eu vou mais é berrar e libertar essa verdade de dentro do meu fígado: você é um grandessíssimo filho de uma puta! Se a vaca da catraca do teatro me tratou mal, eu vou mais é falar mesmo que ela é uma horrorosa que não vê pica há anos, ou melhor, que a última pica que viu foi do padrasto que a estuprou!
O sangue ferve aqui dentro, e eu não tô a fim de transformá-lo num falso líquido rosa que um dia vai me dar um câncer. Eu não tô a fim de contar até 100, eu quero espancar a porta do elevador se ele demorar mais dois segundos, quero morder o puto do meu namorado que apenas sorri seguro enquanto eu me desfaço em desesperos porque amar dói pra caralho, quero colocar TODAS as pessoas do meu trabalho que falam “Fala, floRRRR!” ou “Precisamos disso ASAP” numa câmera de gás peristáltico.
Eu sou antipática mesmo, o mundo tá cheio de gente brega e limitada e é um direito meu não querer olhar na cara delas, não tô fazendo mal a ninguém, só tô fazendo bem a mim. Minha terapeuta fala que eu preciso descobrir as outras Tatis: a Tati amiga, a Tati simpática, a Tati meiga, a Tati que respira, a Tati que pensa, a Tati que não caga em tudo porque deixou a imbecil da Tati de cinco anos tomar as rédeas da situação.
Ela tem razão, mas é tão difícil ver todos vocês acordando de manhã sem nada na alma, é tão difícil ver todos os casais que só sobrevivem na cola de outros casais que só sobrevivem na cola de outros casais, é praticamente impossível aceitar que as contas do final do mês valham a minha bunda sentada mais de 8 horas por dia pensando o quanto eu odeio essa gente que se acha “super” mas não passa de vendedor de sabonete ambulante.
É tão difícil ser mocinha maquiada em vestido novo e sapato bico fino quando tudo o que eu queria era rasgar todos os enfeites e cagar de quatro no meio da pista enquanto as tias chifrudas bebem para esquecer as dúvidas ao som de “Love is in the air”.
Parem de sorrir automaticamente para tudo, humanos filhos da puta, admitam que vocês não fazem a menor idéia do que fazem aqui. Admitam a dor de estar feio, e admitam que estar bonito não adianta porra nenhuma.
Eu já me senti um lixo de pijama com remela nos olhos, mas nunca foi um lixo maior do que me senti gastando meu dinheiro numa bosta de salão de beleza enquanto crianças são jogadas em latas de lixo porque a total miséria transforma qualquer filho de Deus em algo abaixo do animal.Mas eu não faço nada, eu continuo querendo usar uma merda de roupinha da moda numa merda de festinha da moda no meio de um monte de merdas que se parecem comigo. Eu quero feder tanto quanto eles para ser bem aceita porque, quando você faz parte de um grupo, a dor se equilibra porque se nivela.
E eu continua perdida, sozinha, achando tudo falso e banal. Acordando com ressaca de vida medíocre todos os dias da minha vida.
Grande merda de vida, você muda a estação do rádio para não reparar que a menina de dez anos parada ao lado do seu carro, já tem malícia, mas não tem sapatos. Você dá mais um gole no frisante para não reparar que a moça da mesa ao lado gostou do seu namorado, e ele, como qualquer imperfeito ser humano normal, gostou dela ter gostado.
Você disfarça, a vida toda você disfarça. Para não parecer fraco, para não parecer louco, para não aparecer demais e poder ser alvo de crítica, para ter com quem comer pizza no domingo, para ter com quem trepar na sexta à noite, para ter quem te pague a roupa nova e te faça sentir um bosta e para quem te pede socorro, você disfarça cegueira.
Você passa a vida cego para poder viver. Porque enxergar tudo de verdade dói demais e enlouquece, e louco acaba sozinho. Vão querer te encarcerar numa sala escura e vazia, ninguém quer ter um conhecido maluco que lembra você o tempo todo da angústia da verdade e de ter nascido. Você passa a vida cego, mentindo, fingindo, teatralizando o personagem que sempre vence, que sempre controla, que sempre se resguarda e nunca abre a portinha da alma para o mundo. Só que a sua portinha um dia vira pó, e você morre sem nunca ter vivido, e você deixa de existir sem nunca ter sido notado. Você é mais uma cara produzida na foto de mais uma festa produzida, é um coadjuvante feliz dessa palhaçada de teatro que é a vida.
Você aceitou tudo, você trocou as incertezas da sua alma pelas incertezas da moça da novela, porque ver os problemas em outros seres irreais é muito mais fácil e leve, além do que, novela dá sono e você não morre de insônia antes de dormir (porque antes de dormir é a hora perfeita para sentir o soco no estômago).
Você aceita a vida, porque é o que a gente acaba fazendo para não se matar ou não matar todos os imbecis que escutam você reclamar horas sem fim das incertezas do mundo e respondem sem maiores profundidades: relaaaaaaaaaaaaaxa!
Eu não vou fumar, eu não vou cheirar, eu não vou beber, eu não vou engolir, eu não vou fugir de querer me encontrar, de saber que merda é essa que me entristece tanto, de achar um sentido para eu não ser parte desse rebanho podre que se auto-protege e não sabe nem ao certo do quê. Eu não vou relaxaaaaaaaaaaaaaaaaaar.
A única verdade que me cala um pouco e, vez ou outra, me transforma em alguém estupidamente normal é que virar um louco selvagem que fala o que pensa, sem amigos e sem namorados, só é legal se você tiver alguém pra contar o quanto você é foda no final do dia.
Tati Bernardi
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