quinta-feira, 29 de setembro de 2011
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Me Assusto. (LaRaH)
Me assusto comigo mesma. Por toda minha frieza, sarcasmo, e crueldade. No que me tornei?
Não sei, mais gosto de me ver assim, uma mente doentia, e um coração doce a quem me convém, sem me deixar abalar.
Veneno escorrendo pelos poros, indiferença, ego no máximo. Com a cabeça erguida e o peito aberto, vou vivendo o dia-a-dia.
Ah mais não me provoque quando sei exatamente o que falar para mexer na ferida, como sei exatamente como machucar. Não tente me derrubar.
Modéstia? Tenho sim. Obrigada.
Mais a pobreza de espirito, isso eu deixo para os fracos, que fique tudo para quem se acovarda.
Posso cair amanha eu bem sei. Mais provo logo depois que sou maior, bem maior bem mais forte. Bem mais eu.
sábado, 24 de setembro de 2011
Caio F. Abreu
"A vida é incontornável, a gente perde,
leva porrada, é passado para trás, cai.Dói, eu sei como dói, mas passa.Está vendo a felicidade ali na frente?Não, você não está vendo, porque tem uma montanha de dor na frente.Continue andando, você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir, e o único jeito de deixá-la para trás é continuar andando.Você vai ser feliz .Está vendo essa dor que agora sambar no seu peito de salto agulha?Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela.Juro que estou falando a verdade, eu não minto, vai passar..."(Caio Fernando Abreu)
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Caio F. Abreu
Como você sabe, dirás feito um cego tateando, e dizer assim, supondo um conhecimento, faria quem sabe o coração do outro adoçar um pouco até prosseguires, mas sem planejar, embora planejes há tanto tempo, farás coisas como acender o abajur do canto depois apagar a luz mais forte, criando um clima assim mais íntimo, mais acolhedor, que não haja tensão alguma no ar, mesmo que previamente saibas do inevitável das palmas molhadas de tuas mãos, do excesso de cigarros e qualquer coisa como um leve tremor que, esperas, não transparecerá em tua voz. Mas dirás assim, por exemplo, como você sabe, sim como você sabe, a gente, as pessoas, infelizmente têm, temos, essa coisa, emoções, mas te deténs, infelizmente? o outro talvez perguntaria por que infelizmente? então dirás rápido, para não desviar-te demasiado do que estabeleceste, qualquer coisa como seria tão bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas infelizmente, insistirás, infelizmente nós, a gente, as pessoas, têm, temos - emoções. Meditarias: as pessoas falam coisas, e por trás do que falam há o que sentem, e por trás do que sentem há o que são e nem sempre se mostra. Há os níveis-não-formulados, camadas imperceptíveis, fantasias que nem sempre controlamos, expectativas que quase nunca se cumprem, e sobretudo emoções. Que nem se mostra. Por tudo isso, infelizmente, repetirás, insistirás, completamente desesperado, e teu único apoio seria a mão estendida que, passo a passo, raciocinas com penosa lucidez, através de cada palavra estarás quem sabe afastando para sempre. Mas já não sou capaz de me calar, talvez dirás então, descontrolado, e um pouco mais dramático, porque meu silêncio já não é uma omissão, mas uma mentira. O outro te olhará com seus olhos vazios, não entendendo que teu ritmo acompanharia o desenrolar de uma paisagem interna, absolutamente não-verbalizável, desenhada traço a traço em cada minuto dos vários dias e tantas noites de todos aqueles meses anteriores, recuando até a data, maldita ou bendita, ainda não ousaste definir, em que pela primeira vez o círculo magnético da existência de um, por acaso banal ou pura magia, interceptou o círculo do outro.No silêncio que se faria, pensas, precisarás fazer alguma coisa, como colocar um disco ou ensaiar um gesto, mas talvez não faças nada, porque ele continuará te olhando com seus olhos vazios, no fundo dos quais procuras, mergulhador submarino, o indício mínimo de um tesouro escondido para que possas voltar à tona com um sorriso nos lábios e as mãos repletas de pedras preciosas. Mas nesse silêncio que certamente se fará, talvez acendas mais um cigarro, e com a seca boca cerrada, sem nenhum sorriso, evitarias o mergulho para não correres o risco de encontrar uma fera adormecida. Teu coração baterá fortemente, sem que ninguém escute, e por um momento talvez imaginas que poderias soltar os membros e simplesmente tocá-lo, como se assim conseguisses produzir uma espécie qualquer de encantamento que de repente iluminaria esta sala com aquela luz que tentas, em vão, descobrir também nele, enquanto dentro de ti ela se faz quase tangível de tão clara.Nítida luz que ele não vê, esse outro sentado a teu lado na sala levemente escurecida, onde os sons externos mal penetram, como se estivessem os dois presos dentro de uma bolha de ar, de tempo, de espaço, e novamente encherás o cálice com um pouco mais de vinho para que o líquido descendo por tua garganta trêmula vá de encontro a essa claridade que tentas, precário, transformar em palavras luminosas para ofender a ele. Que nada, diz, e nada dirás, e sem saber por quê pensas um extenso corredor escuro onde tateias, feito cego, as mãos estendidas para o vazio, pressentindo o nada, que tu mesmo prepararias agora, suicida meticuloso, através de silêncios mal tecidos e palavras inábeis, pobre coisa sedenta, te feres, exigindo o poço alheio para matar tua sede indivisível.Anjos e demônios esvoaçariam coloridos pela sala, mas o caçador de borboletas permanece parado, olhando para a frente, um cigarro aceso na mão direita, um cálice cheio de vinho na mão esquerda. A presença do outro latejaria a teu lado, quase sangrando, como se o tivesses apunhalado com tua emoção não dita. Tuas mãos apoiadas em bengalas mentirosas não conseguiriam desvencilhar o gesto para romper essa espessa e invisível camada que te separa dele. Por um momento desejarás então acender a luz, dar uma gargalhada ridícula, acabar de vez com tudo isso, fácil fingir que tudo estaria bem, que nunca houve emoções, que não desejas tocá-lo nem conhecê-lo, que o aceitas assim latejando amigo velo remoto, completamente independente de tua vontade, te todos esses teus informulados sentimentos. No momento seguinte, tão imediato que nascerá, gêmeo tardio, quase ao mesmo tempo que o anterior, desejerás depositar o cálice, apagar o cigarro e estender duas mãos limpas em direção a esse rosto que sequer te olha, absorvido na contemplação de sua própria paisagem interna.Mas indiferente à distância dele, quase violento, de repente queres violar com tua boca ardida de álcool e fumo essa outra boca a teu lado. Desejarás desvendar palmo a palmo esse corpo que tá tento tempo supões, até que as palma famintas de tuas mãos tenham percorrido todos os caminhos, até que tua língua tenha rompido todas as barreiras do medo e do nojo, tua boca voraz tenha bebido todos os líquidos, tuas narinas sugado todos os cheiros e, alquímico, os tenha transmutado num só, o teu e o dele, juntos - luz apagada, peças brancas de roupa cintilando, jogadas ao chão. Desejá-lo assim, a esse outro tão íntimo que às vezes julgas desnecessário dizer alguma coisa, porque enganado supões que tu e ele, vezenquando, sejam um só, te encherá o corpo de uma força nova, como se uma poderosa energia brotasse de algum centro longínquo, há muito adormecido, quem sabe dessa luz oculta, é então que sentes claramente que ele não é tu e que tu não serás ele, essa coisa, o outro, que mágico ou demoníaco, deliberado ou casual, te inflama assim, alucinando tua alma. Queres pedir a ele que, simplesmente sendo, te mantenha nesse atormentado estado brilhante para que possas iluminá-lo também com teu toque, com tua língua terna, com a vara de condão de teu desejo. Mas ele nada sabe, nem saberá se permaneceres assim, temeroso de que uma palavra ou gesto desastrados seriam capazes de rasgar em pedaços essa trama onde te enleias cada vez mais sem remédio, emaranhado em ti, em tua viva emoção, emaranhado no desconhecido de dentro dele, o outro - que no lado oposto do sofá cruza as mãos sobre os joelhos, quase inocente, esperando atento, educado, que de alguma forma termines o que começaste. Muito mais que com amor ou qualquer outra forma tortuosa de paixão, será surpreso que o olharás agora, porque ele nada sabe de tu próprio poder sobre ti, e neste exato momento poderias escolher entre torná-lo ciente de que dependes dele para que te ilumines ou escureças assim, intensamente, ou quem sabe orgulhoso negar-lhe o conhecimento desse estranho poder, para que não te estraçalhe impiedoso entre as unhas agora calmamente postas em sossego, cruzadas nas pontas dos dedos sobre os joelhos. Ah: fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias desesperadas, noites e noites a fio permanecerás insone, a fantasia desenfreada e o sexo em brasa, dormirás dias adentro, faltarás ao trabalho, escreverás cartas que não serão nunca enviadas, consultarás búzios, números, cartas e astros, pensarás em fugas e suicídios em cada minuto de cada novo dia, chorarás desamparado atravessando madrugadas em tua cama vazia, não conseguirás sorrir nem caminhar alheio pelas ruas sem descobrires em algum jeito alheio o jeito exato dele, em algum cheiro o cheiro preciso dele.Que não suspeitará de tua perdição, mergulhado como agora, a teu lado, na contemplação dessa paisagem interna onde não sabes sequer que lugar ocupas, e nem mesmo estás. Na frente do espelho, nessas manhãs maldormidas, acompanharás com a ponta dos dedos o nascimento de novos fios brancos nas tuas têmporas, o percurso áspero e cada vez mais fundo dos negros vales lavrados sob teus olhos profundamente desencantados. Sabes de tudo sobre esse possível amargo futuro. Sabes também que já não poderias voltar atrás, que estás inteiramente subjugado e as tuas palavras, sejam quais forem, não serão jamais sábias o suficiente para determinar que essa porta a ser aberta agora, logo após teres dito tudo, te conduza ao céu ou ao inferno. Mas sabes principalmente, com uma certa misericórdia doce por ti, por todos, que tudo passará um dia, quem sabe tão de repente quanto veio, ou lentamente, não importa.Só não saberás nunca que neste exato momento tens a beleza insuportável da coisa inteiramente viva. Como um trapezista que só repara na ausência da rede após o salto lançado, acendes o abajur do canto da sala depois de apagar a luz mais forte. E começas a falar.
Caio F. Abreu
Caio F. Abreu
sábado, 17 de setembro de 2011
Marlboro
Minhas manhãs têm gosto de café amargo e de cigarro aceso de forma apressada e desajeitada, enquanto vou ao encontro de uma caixinha de maquiagem. Pra tudo ter seqüência eu preciso da minha máscara. Meu rosto é quasebonito todos os dias, mas a alma nem todo dias está linda.
"Você parece uma boneca, sabia?". Entretanto, eu não sou feita de plástico, e às vezes eu tenho vontade de chorar. Às vezes eu não queria viver com as bochechas cor de algodão doce, ocultadando a minha palidez por detrás, mas ei! O dia precisa seguir e meu horário é quase sempre apertado. Sete minutos até o ponto de ônibus, não mais que isso. Pelo caminho um congestionamento infernal de carros e de pensamentos.
Aline Paz
Leve (LaRaH)
Tenho orgulho... Para ser quem sou, tive que brigar muito comigo mesma, até que um dia meio que vc aceita e vê o quanto é bom viver em verdade.
Sei que magoei pessoas que amo, tive que dar muito a cara a tapa, e aprender a viver mais forte que piadas e entortadas de nariz.
Mais no fim tudo valhe muito a pena, valhe a pena acordar se olhar no espelho e falar: É essa sou eu, e sentir sua alma leve e calma.
LaRaH
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Não Crie Expectativas
Não crie expectativas, você pode se magoar, alguém que te da carinho pode te fazer chorar, alguém que te faz chorar pode te dar o maior carinho do mundo, não espero nada de ninguém e não dou esperança para esperar algo mim.
Se você acha que não sei como agir ou que não sou nada, nem tenho atitude, ótimo é assim q quero que pense...
Mato 1 leão por dia e meu desejum é "engolir sapo".
Mas nada me impede de fazer o que quero.
Leandro Parra Guitierri
domingo, 4 de setembro de 2011
Drogas mais pesadas. (LaRaH)
Psicológico a mil, vida corrida, trampo, casa balada a ponto de um surto.
Meu amor e meu ódio por São Paulo cada dia maior.
Preciso de paz uma paz que já não sei aonde procurar, cansada de tanto beber pra esquecer.
Finais de semana se tornaram deprimentes, preciso de algo novo, mudanças, pessoas, bebidas mais fortes, drogas mais pesadas.
Que venha a ilusão proposital e me traga felicidade momentânea. Só que essa dose conhecida já não me satisfaz.
Preciso correr não posso parar a vida me chama.
Mais quando não se sabe o caminho, pois se mudou tanto que a vida antiga já não me satisfaz.
Sedenta por algo novo.
LaRaH
sábado, 3 de setembro de 2011
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