quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Diz que dá


Tudo bem, eu confesso.

Já fui muito alienada.
Do tipo que detesta política e se recusa a enxergar qualquer coisa fora do meu
umbiguinho burguês de contos de fadas.
Como se a vida fechada no meu mundinho alternativo de pessoas sem preconceitos (além dos velados) bastasse.
Só que…
Sinceramente?
Isso já não me satisfaz.
É como diz a música:
“Fundamental é mesmo o amor. É impossível ser feliz sozinho…” (“Wave” – Tom Jobim)
Amor não no sentido de casal, e sim, de  coletivo.
Coletivo?
Que  coletivo?
Das botinas? Das Sandalhinhas? Scanias, machorras, mulherzinhas, alternativas, fashionzinhas, enrustidas, lesbians chiques?
Se for para ter Partido, que seja Alto, com a imortal Cássia Eller e sua voz especialíssima:
“Diz que deu. Diz  que dá…” (“Partido Alto” – Chico Buarque)
Para mudar,  seguir outro caminho.
Sabem  aquilo?
Aquilo….
O mito de que ter dinheiro,
cultura, profissão, classe econômica e/ou social, poder, status, etc and whatever… É a única forma que uma homossexual tem de ser
respeitada?
Ser “bem sucedida” parece poder nos colocar acima do bem e do mal, mas aparência não é realidade.
A realidade é óbvia e clara.
Ser bem sucedida não é isso!
É viver sem  arrependimentos.
Ou pelo menos perseguir este  objetivo.
Existem três coisinhas básicas que impedem a nossa felicidade:
Medo
Culpa
Vergonha
Armas  impiedosas e potentes de controlar e impor limites.
Tão poderosas que nos corroem por dentro.
Estou mentindo?
Começa  pequeninho.
Uma única célula.
E vai crescendo, até se tornar um órgão, um organismo, um Universo.
Quer tolerância?
Se tolere.
Quer respeito? Se respeite.
Quer  aceitação? 
Se aceite.
O resto é conversa.
Viram o  que twittou Marcelo Tas?
“De que adianta aprovar o casamento gay no Brasil se não vamos ver as fotos nas revistas? Ninguém se assume, uai!”
Mas o que ele sabe sobre isso?
Sobre a  insegurança, o sofrimento, a pressão, as dúvidas?
Andar contra a maré, na contra mão da família, da criação, de toda uma
cultura?
 É difícil se assumir?
Com certeza!
Mas o que é fácil nesta  vida?
Engolir?
Omitir? 
Fingir?
Mentir?
Querer ou mesmo tentar não ser você mesma?
Ser ou não ser…
Solução ou problema?



Diedra Roiz.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Caio F. Abreu



E tô achando bom, tô repetindo que bom, Deus, que sou capaz de estar vivo sem vampirizar ninguém, que bom que sou forte, que bom que suporto, que bom que sou criativo e até me divirto e descubro a gota de mel no meio do fel. Colei aquele “Eu Amo Você” no espelho. É pra mim mesmo.



Caio F. Abreu

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Tati Bernardi



Ontem depois que você foi embora confesso que fiquei triste como sempre.

Mas, pela primeira vez, triste por você. Fico me perguntando que outra mulher ouviria os maiores absurdos como você, (...)  planejar ir a uma matinê brega com gente sem assunto no próximo domingo e, ainda assim, não deixar de olhar pra você e ver um homem maravilhoso.


Que outra mulher te veria além da sua casca? Você não entende que eu baixei a música do "Midnight Cowboy" e umas boas do Talking Heads, Vinícius de Morais e do Smiths porque achei divertido te fazer uma massa ouvindo algumas músicas que dão vontade de viver. Uma massa que você não vai comer porque está perdendo o paladar para o que a vida tem de verdadeiro e bom. É tanta comida estragada, plastificada e sem sal, que você está perdendo o paladar para mulheres como eu. E você não sabe como vale a pena gostar de alguém e acordar na casa dessa pessoa e tomar suco de manga lendo notícias malucas no jornal como o cara que acha que é vampiro. Tudo sem vírgula mesmo e, nem por isso, desequilibrado ou antes da hora.


Você não sabe como isso é infinitamente melhor do que acordar com essa ressaca de coisas erradas e vazias. Ou sozinho e desesperado pra que algum amigo reafirme que o seu dia valerá a pena. Ou com alguma garotinha boba que vai namorar sua casca. A casca que você também odeia e usa justamente para testar as pessoas "quem gostar de mim não serve pra mim".

E eu tenho vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. E entenda que temos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz. A gente dá muitas risadas juntos. A gente admira o outro desde o dedinho do pé até onde cada um chegou sozinho. A gente acha que o mundo está maluco e sonha com a praia do Espelho e com sonos jamais despertados antes do meio-dia. A gente tem certeza de que nenhum perfume do mundo é melhor do que a nuca do outro no final do dia. A gente se reconheceu de longa data quando se viu pela primeira vez na vida.

E você me olha com essa carinha banal de "me espera só mais um pouquinho". Querendo me congelar enquanto você confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu. E sempre volta.
Volta porque pode até ter uma coxa mais dura. Pode até ter uma conta bancária mais recheada. Pode até ter alguma descolada que te deixe instigado. Mas não tem nenhuma melhor do que eu. Não tem.

Porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. E, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. E, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga. E, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você. E, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa. Eu sei de tudo. E eu passei os últimos anos escrevendo sobre como você era especial e como eu te amava e isso e aquilo. Mas chega disso.

Caiu finalmente a minha ficha do quanto você é, tão e somente, um cara burro. E do quanto você jamais vai encontrar uma mulher que nem eu nesses lugares deprê em que procura. E do quanto a sua felicidade sem mim deve ser pouca pra você viver reafirmando o quanto é feliz sem mim e principalmente viver reafirmando isso pra mim. Sabe o quê? Eu vou para a cama todo dia com 5 livros e uma saudade imensa de você. Ao invés de estar por aí caçando qualquer mala na rua pra te esquecer ou para me esquecer. Porque eu me banco sozinha e eu me banco com um coração. E não me sinto fraca ou boba ou perdendo meu tempo por causa disso. E eu malho todo dia igual a essas suas amiguinhas de quem você tanto gosta, mas tenho algo que certamente você não encontra nelas: assunto.

Bastante assunto. Eu não faço desfile de moda todos os segundos do meu dia porque me acho bonita sem precisar de chapinha, salto alto e peito de pomba.

Eu tenho pena das mulheres que correm o tempo todo atrás de se tornarem a melhor fruta de uma feira. Pra depois serem apalpadas e terem seus bagaços cuspidos.

Também sou convidada para essas festinhas com gente "wanna be" que você adora. Mas eu já sou alguém e não preciso mais querer ser. E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. Coitado."


Tati Bernardi

Tati Bernardi


Para não sofrer eu vou me drogar de outros, eu vou me entupir de elogios, eu vou cheirar outras intenções. Vou encher minha cara de máscaras para não ser meu lado romântico que tanto precisa de um espaço para existir ridiculamente.

Tati Bernardi

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Na Hora

Se não sabe chegar
Na hora marcada não se comprometa assim
Se não sabe superra
os limites do tempo pra vc ou por mim
Não posso mais esperar a vida inteira pra ligar seu telefone
Ou quem sabe me avisar
Que talvez encontre alguem que não lembra do nome
Tenho aqui os meus contatos
Pra esquecer por uma noite
Já perdi muito tempo
Sem sono e sem fome
E tão triste
Muito triste...
Agora vou me mexer
Meu compromisso é com o meu sono interrompido
Você vai se surpreender
Ninguem vai poder calar os meus gritos
Não precisa me esperar
Faça o favor de apagar meu telefone
Muito menos me avisar
Quando sair
Pois já nem lembro mais o seu nome
Sei que ando abusando
Ando caindo na noite
Mas não perco mais tempo
Recuperei a minha fome
De ser feliz
Muito mais feliz...
Megh Stock

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Imbecil

" Me sinto um imbecil pOr sentir uma falta desmedida de pessOas q na certa nem lembram meu nome, que esqueceram meu cheiro e que nao sentem falta da minha presença. E sim, tbm sinto falta dos meus pedaços q foram deixados pelo caminho e agora tdo q me resta eh um coraçao despedaçado, incompleto, covarde... Gostaria de entender em q fui tao falho... Nao te dei carinho, atençao, amor? Oq faltou? Diz pra mim oq faltou! Por favor me diga, ou ao menos devolva tdo akilo q te ofereci, pois hj oq me resta eh isso, essa busca infindavel pelos pedaços da minha alma q foram levados por akeles ah quem eu teria dado a minha vida."

JoOh FOxX

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Trechos.

"- Eu realmente te amei.
- Eu sei. Mas eu ainda amo você...
- Então ame.
- Mas eu sinto sua falta.
- Então sinta a minha falta. Me mande amor e luz sempre que pensar em mim. Depois esqueça. Não vai durar para sempre. Nada dura."

Retirado do Filme - Comer. - Rezar. - Amar.

Amor...


Eu queria poder amar uma pessoa por mês; adoraria poder dizer no mês seguinte que aquela pessoa que eu dizia amar e até chorava era passado,

Quisera eu esse dom o de ''desamar'' assim tão depressa assim num clicar de botão ora ligado no amar ora no esquecer...
Esquecer típica função que meu humilde coração não conhece e pra completar ainda tenho uma ótima memória... Não sei o que é pior não conseguir tirar do coração ou a memória não me deixar falhar.
Enfim ambos são uma combinação perigosa e fadada ao sofrimento do sujeito.
Mas se me fosse dado o poder de escolher a quem amar,eu escolheria você...masoquismo talvez ? não aprendizado você me fez a mulher que eu sou, quando nos conhecemos eu era uma menina com o mundo ainda por descobrir,hoje sou uma mulher que já viveu, apreveitou e conheceu bastante: pessoas,sentimentos, desejos, vontades, lugares... Hoje sou mais madura e devo isso a você.. Que me ensinou a amar e a sofrer.



Erica Rodrigues de Lima

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

À sua gratidão (LaRaH)

Você me agradece por tudo de bom que você conseguiu comigo, por tudo o que você aprendeu, e pela maneira que vive hoje.
E com isso me pergunto: Caberia a mim também lhe agradecer , pela merda em que eu fiquei? Pelas noites de insônia, pelos 10 kilos que perdi, pela minha perca de fé em alguém?
Por toda doçura perdida. Pelo meu sarcasmo, frieza e impaciência com qualquer encanto?
Cabe a mim lhe agradecer pela morte do meu eu mais bonito e encantador, do qual lhe arrancava sorrisos e te confortava em seus piores momentos, que hoje é incapaz de adoçar a vida de alguém?
Pro inferno com a sua gratidão, a enfie aonde bem entender.

LaRaH

sábado, 5 de novembro de 2011

6

Tati Bernardi


" (...)Queria saber onde estão aquelas pessoas de verdade, que a gente não compra mas também não vive sem. Aquele amigo que mudou para o outro lado do mundo mas você não pensa duas vezes antes de pegar o carro, o ônibus ou o avião e fazer uma visita. Só olhar para ele, sentar ao lado, ouvir a voz, faz tudo ficar mais feliz.
Algumas pessoas simplesmente valem a pena.
Queria saber onde é que está aquele tipo de namorado que você não veste para se exibir mas despe para provar só pra si mesmo o quanto é feliz. Que você não desfila ao lado, mas leva dentro do peito.
Que você não compra, consome, negocia ou contrabandeia. Mas se surpreende quando ganha de presente da vida.
Aquele tipo que você não usa para ser alguém e justamente por isso acaba sendo uma pessoa muito melhor.
Não culpo pessoas, lugares e sentimentos que se vendem e muito menos me culpo por viver pra cima e pra baixo com minha sacolinha de degustações frugais. É o nosso mundo moderno cheio de tecnologias e vazio de profundidades.
Mas hoje, só por hoje, vou sair de casa sem minha bolsa. Vamos ver se acabo conhecendo alguém impagável.



Tati Bernardi

Tati Bernardi


"Por mais que todas as terapias do mundo, todas as auto-ajudas do universo e todos os amigos experientes do planeta me digam que preciso definitivamente não precisar de você, minha alma grita aqui dentro que, por mais feliz que eu seja, a festa é sempre pela metade.
É você quem eu sempre busco com minha gargalhada alta, com a minha perdição humana em festejar porque é preciso festejar, com a minha solidão cansada de se enganar.!"



Tati Bernardi

Tati Bernardi


"Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como pude ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava.
Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo.
...Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existiu morte para o que nunca nasceu....

....Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era linda.
Simplesmente isso. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza....


....sinto falta de quando a imensa distância ainda me deixava te ver do outro lado da rua, passando apressada com seus ombros perfeitos. Sinto falta de lembrar que você me via tanto, que preferia fazer que não via nada. Sinta falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, em não dar conta, em não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter.

Prometi não tentar entender e apenas sentir, sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber suas coxas, a pele lisa, o joelho, a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras. Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria."


Tati Bernardi

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

PERSONALIDADE (LaRaH)


Foda-se esta tal de beleza tão almejada por você, que é vendida nas revistas jornais e TV
Não sou gostosa e nem curto normalidade. 
Não nasci pra ter rotulo, muito menos para agradar. Perturbar sempre me interessou bem mais.
Minha beleza não esta no meu rosto bonito. 
Luto todos os dias para que minha beleza esteja em minha alma, minha essência.
Tenho mesmo a boca suja, e faço cara feia ao que não me agrada,  foda-se as rugas, aos males causados pelo cigarro e por noites mal dormidas. 
Tenho PERSONALIDADE e se isso não lhe agrada, você também não me interessa. 
Odeio pessoas normais, odeio essa hipocrisia de vida politicamente correta, não espere isso de mim. Não espere passividade.
Tenho pavor a pessoas normais.


LaRaH

sábado, 22 de outubro de 2011

Carta

Para onde foi tudo aquilo? Que tínhamos tão seguro. Tão certos de sua eternidade. Para onde foi, hein? Meu peito, depósito subitamente esvaziado, aperta-se no meio de tanto espaço.Tento identificar o instante, quando o que tínhamos se perdeu. Mas nem sei se o perdemos juntos ou se juntos já não estávamos. Me desespera saber que um amor, um dia desses tão grande, possa ter desaparecido com tanta facilidade.
Como já disse, estou triste; e isso me faz acreditar no poder das cartas. Não falo de tarô, mas destas, escritas e mandadas ou não mandadas. Cheias de questões e metáforas, que assim, misturadas cuidadosamente, num cafona português polido, soam mais sensatas.
Qual poder espero desta carta? Simples: que deixe registrado este meu estranho momento. Quando o que devia ser alívio revela-se angústia. E a cabeça não pára, vasculhando cantos vazios.Não gosto de perder as minhas coisas, você sabe. E hoje, cercada pela sua ausência, procuro o que procurar. Experimentando o desânimo da busca desiludida. Pois, se um amor como aquele acaba dessa maneira, vale a pena encontrar um outro? Será inteligente apostar tanto de novo?Aposto que você está pouco se lixando para isso tudo. Que seguiu sua vida tranqüilamente, como se nada de tão importante tivesse ocorrido. E está até achando graça desta minha carta, julgando-a patética e ridícula. Você, redundante como sempre.
Só há uma coisa certa a respeito disso: não desejo resposta sua. É, esta é uma daquelas cartas que não são para ser respondidas. Apenas lidas, relidas, depois picadas em pedacinhos. Sendo esse o destino mais nobre para as emoções abandonadas.
Queria apenas pedir um favor antes que você rasgue este resto do que tivemos. Se algum dia, tendo bebido demais, sei lá, você acabar pensando tolices parecidas com estas, escreva também uma carta. Mesmo sem jamais saber o que você irá dizer, sei que ela fará de mim menos ridícula. Neste amor e, por isso, em todo o resto. Pois adoraria que você fosse capaz de tanto - escrever uma carta é um ato de desmedida coragem. E eu ficaria, enfim, feliz comigo, por tê-lo amado. Um homem assim, capaz de escrever bobagens amorosas.Então é isso - como sou insuportavelmente romântico, meu Deus. Termino aqui essa história, de minha parte, contando que estas palavras façam jus ao fim do amor que senti. E deixando este testamento de dor, onde me reconheço fraco e irremediável. Porque ainda gostaria de poder acreditar que você nadaria de volta para mim."
Fernanda Young

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Tati Bernardi



"O amor é uma doença. Eu sinto náuseas, febres, dores musculares. Eu acordo assustada no meio da noite. Eu choro à toa."


Tati Bernardi

Solidão? (LaRaH)


Até quando vivêramos com medo da solidão?
Nos apaixonando, perdendo sofrendo?
Não quero ser hipócrita, tenho medo de morrer só. De não ter meu cobertor de orelha fixo aos 50 anos, e por ser lésbica, filhos é algo um pouco mais distante para mim.
Quando tiver que ser na hora que tem que ser, quero firmar minha base, e me contentar inteiramente com um único alguém, com uma única pessoa que ilumina e preenche meus dias. Mas se até agora não encontrei alguém a culpa é minha? Ou será que esta no tempo?
Prefiro acreditar que minha hora ainda não chegou. Eu com meus vinte e poucos anos bem vividos não estou preparada ainda. Simples assim.
E não digo isso apenas por frases feitas, e porque, é o que meu signo indica, não foi necessário tirar as cartas, nem ler um livro de auto ajuda. Simplesmente fiz uma auto analise: Com nenhuma pessoa consegui ser fiel, essa tal de fidelidade ainda me consome. Nem mesmo com o grande amor da minha vida, paixão arrasadora que fiz planos, jurei amor eterno e perdi o medo da morte com o termino, quando a tinha não fui fiel.
Sempre gostei de um boteco, cerveja, conversa jogada fora, amigos e um pouco de putaria, nunca consegui me privar completamente disso, ou aceitar comodamente um:  “- você não vai sair  hoje.”
Mais um dia acho alguém que além de estremecer o meu mundo me ponha rédeas. E não por algo imposto, mais porque chegou a minha hora e simplesmente aceite uma vida mais calma com leveza.
Somos todos os dias bombardeados, pela TV, revistas e redes sociais com casais românticos, fofos, jurando amores, felizes para todo o sempre. O que nos foi imposto desde o berço, a casar ter filhos, comprar, vender morrer e toda essa MERDA.
Sou tratada como uma idosa solitária, por não ter um namorado com 20 anos é isso mesmo? Eu com 21 anos sou a mal amada que morrera velha e solitária, porque ainda não chegou minha hora e que to enchendo a cara, fazendo merda, e aproveitando minha melhor idade?
Sim levei um pontapé na bunda e daí? Com ele pude ver que posso fazer muita coisa ainda. Sofri, chorei, sinto falta de alguém que durma, acorde, que eu mime, que eu seja mimada, alguém para ligar e desejar bom dia. Mas também vi como estou bem até, como posso ser feliz sozinha tudo serviu muito para que eu crescesse.
O amor é bom, a paixão maravilhosa, ter esse alguém que você saiba que esta ali para te amar, e te apoiar é uma das coisas melhores em um relacionamento. É lindo casais românticos. Por mais amarga que possa parecer falando de amor, eu ainda o acho lindo, e acredito nele. Mas aprendi que um relacionamento não é tudo, que não posso viver para alguém, hoje vivo por mim.
Não permita que o amor, o sentimento mais esplendido te deixe triste por não o ter agora de alguém que você faça sexo também. Afinal de amigos, família e de quem nunca te abandona apesar de todos os pesares, que te amam  apesar do seu gênio, suas manias, que te respeitam. Mesmo que distante, mesmo sem telefonar, mais que você sabe que pode contar.
Não  fujo do amor, não minto a mim, amanha posso encontrar uma paixão arrasadora que daqui alguns anos esteja casada e com filhos. Mas também não me cobro ou cobro dos meus dias essa tal pessoa para a vida toda.
Só não quero e não permito viver com medo da solidão, de um dia não encontrar alguém.
Apenas vivo, e um dia tudo isso vem.


LaRah

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Sempre mais (LaRaH)


Sistema nervoso alterado, raciocínio mais claro, eletricidade, choque cerebral. E todos os efeitos causados por tóxicos  sem sentir prazer.
E vira um, dois, três copos do amargo gosto de qualquer coisa que traga ilusão de felicidade.
E traga uma esperança de encontrar o caminho da paz.
Venenos da salvação que perderam a graça, por tanto excesso. 
Atrás de venenos mais fortes, com doses maiores, atrás de uma "picada" na veia de vida.
Sentidos a mil, libido no ultimo, suores, gostos, cheiros e corpos.
Me chamem de bêbada, drogada, puta, vadia. Mas não permito que me tirem a vontade de viver sempre mais. 


LaRaH

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Caio F. Abreu

Esquece. Não vou atrás de ninguém. Não mais. Hoje eu acordei e pensei que seria melhor não, eu não quero me apegar em ninguém, não quero precisar de ninguém. Quero seguir livre, entende? mesmo que isso me faça falta, alguém pra me prender um pouquinho. Vou me esquivar de todo sentimento bom que eu venha a sentir, não levar nada a sério mesmo. Ficar perto, abraçar de vez em quando, sentir saudade, gostar um pouquinho. Mas amar não, amar nunca, amar não serve pra mim. Prefiro assim - 
Caio F Abreu

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Caio F. Abreu


"(...)Claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodka, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, gin-seng e lexotan,depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a ban-chá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina ou ligo para o CVV às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca qualquer choramingando coisas do tipo preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-esta-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá, até o sol pintar atrás daqueles edifícios, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais destrutiva que insistir sem fé nenhuma?”

Caio Fernando de Abreu

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Esporro da Mutilação


Caçando um bom bar, não encontro o meu norte.
Há sangue nos meus braços e dores muito fortes.
Eu quero um drink de cólera e uma trepada cheia de cortes.
Comprimidos pela cama, jogando cartas com a morte.
Dançando, pelas sombras, na fronteira da sanidade.
Garota, se tiver o fôlego, eu tenho sua doença.
Pule no jogo agora, eu não tenho mais paciência.
Se tiver maus hábitos, não me importa sua idade.
Você não terá pra onde ir, se a sua endorfina baixar.
Você não pode fugir, vai precisar, com afinco, encontrar.
A sobrevivência te levará ao esporro da mutilação.
Seu subconsciente tentará suplantar a dor mental com a dor física.
Seus braços ardem e sua mente se acalma sentindo a música.
Na grande orquestra interna que nasce após o esporro da mutilação.

Thiago Rodrigues 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Me Assusto. (LaRaH)


Me assusto comigo mesma. Por toda minha frieza, sarcasmo, e crueldade. No que me tornei?
Não sei, mais gosto de me ver assim, uma mente doentia, e um coração doce a quem me convém, sem me deixar abalar.
Veneno escorrendo pelos poros, indiferença,  ego no máximo. Com a cabeça erguida e o peito aberto, vou vivendo o dia-a-dia. 
Ah mais não me provoque quando sei exatamente o que falar para mexer na ferida,  como sei exatamente como machucar. Não tente me derrubar.
Modéstia? Tenho sim. Obrigada.
Mais a pobreza de espirito, isso eu deixo para os fracos, que fique tudo para quem se acovarda.
Posso cair amanha eu bem sei. Mais provo logo depois que sou maior, bem maior bem mais forte. Bem mais eu.

sábado, 24 de setembro de 2011

Caio F. Abreu




"A vida é incontornável, a gente perde, 
leva porrada, é passado para trás, cai.Dói, eu sei como dói, mas passa.Está vendo a felicidade ali na frente?Não, você não está vendo, porque tem uma montanha de dor na frente.Continue andando, você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir, e o único jeito de deixá-la para trás é continuar andando.Você vai ser feliz .Está vendo essa dor que agora sambar no seu peito de salto agulha?Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela.Juro que estou falando a verdade, eu não minto, vai passar..."
(Caio Fernando Abreu)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Caio F. Abreu

Como você sabe, dirás feito um cego tateando, e dizer assim, supondo um conhecimento, faria quem sabe o coração do outro adoçar um pouco até prosseguires, mas sem planejar, embora planejes há tanto tempo, farás coisas como acender o abajur do canto depois apagar a luz mais forte, criando um clima assim mais íntimo, mais acolhedor, que não haja tensão alguma no ar, mesmo que previamente saibas do inevitável das palmas molhadas de tuas mãos, do excesso de cigarros e qualquer coisa como um leve tremor que, esperas, não transparecerá em tua voz. Mas dirás assim, por exemplo, como você sabe, sim como você sabe, a gente, as pessoas, infelizmente têm, temos, essa coisa, emoções, mas te deténs, infelizmente? o outro talvez perguntaria por que infelizmente? então dirás rápido, para não desviar-te demasiado do que estabeleceste, qualquer coisa como seria tão bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas infelizmente, insistirás, infelizmente nós, a gente, as pessoas, têm, temos - emoções. Meditarias: as pessoas falam coisas, e por trás do que falam há o que sentem, e por trás do que sentem há o que são e nem sempre se mostra. Há os níveis-não-formulados, camadas imperceptíveis, fantasias que nem sempre controlamos, expectativas que quase nunca se cumprem, e sobretudo emoções. Que nem se mostra. Por tudo isso, infelizmente, repetirás, insistirás, completamente desesperado, e teu único apoio seria a mão estendida que, passo a passo, raciocinas com penosa lucidez, através de cada palavra estarás quem sabe afastando para sempre. Mas já não sou capaz de me calar, talvez dirás então, descontrolado, e um pouco mais dramático, porque meu silêncio já não é uma omissão, mas uma mentira. O outro te olhará com seus olhos vazios, não entendendo que teu ritmo acompanharia o desenrolar de uma paisagem interna, absolutamente não-verbalizável, desenhada traço a traço em cada minuto dos vários dias e tantas noites de todos aqueles meses anteriores, recuando até a data, maldita ou bendita, ainda não ousaste definir, em que pela primeira vez o círculo magnético da existência de um, por acaso banal ou pura magia, interceptou o círculo do outro.No silêncio que se faria, pensas, precisarás fazer alguma coisa, como colocar um disco ou ensaiar um gesto, mas talvez não faças nada, porque ele continuará te olhando com seus olhos vazios, no fundo dos quais procuras, mergulhador submarino, o indício mínimo de um tesouro escondido para que possas voltar à tona com um sorriso nos lábios e as mãos repletas de pedras preciosas. Mas nesse silêncio que certamente se fará, talvez acendas mais um cigarro, e com a seca boca cerrada, sem nenhum sorriso, evitarias o mergulho para não correres o risco de encontrar uma fera adormecida. Teu coração baterá fortemente, sem que ninguém escute, e por um momento talvez imaginas que poderias soltar os membros e simplesmente tocá-lo, como se assim conseguisses produzir uma espécie qualquer de encantamento que de repente iluminaria esta sala com aquela luz que tentas, em vão, descobrir também nele, enquanto dentro de ti ela se faz quase tangível de tão clara.Nítida luz que ele não vê, esse outro sentado a teu lado na sala levemente escurecida, onde os sons externos mal penetram, como se estivessem os dois presos dentro de uma bolha de ar, de tempo, de espaço, e novamente encherás o cálice com um pouco mais de vinho para que o líquido descendo por tua garganta trêmula vá de encontro a essa claridade que tentas, precário, transformar em palavras luminosas para ofender a ele. Que nada, diz, e nada dirás, e sem saber por quê pensas um extenso corredor escuro onde tateias, feito cego, as mãos estendidas para o vazio, pressentindo o nada, que tu mesmo prepararias agora, suicida meticuloso, através de silêncios mal tecidos e palavras inábeis, pobre coisa sedenta, te feres, exigindo o poço alheio para matar tua sede indivisível.Anjos e demônios esvoaçariam coloridos pela sala, mas o caçador de borboletas permanece parado, olhando para a frente, um cigarro aceso na mão direita, um cálice cheio de vinho na mão esquerda. A presença do outro latejaria a teu lado, quase sangrando, como se o tivesses apunhalado com tua emoção não dita. Tuas mãos apoiadas em bengalas mentirosas não conseguiriam desvencilhar o gesto para romper essa espessa e invisível camada que te separa dele. Por um momento desejarás então acender a luz, dar uma gargalhada ridícula, acabar de vez com tudo isso, fácil fingir que tudo estaria bem, que nunca houve emoções, que não desejas tocá-lo nem conhecê-lo, que o aceitas assim latejando amigo velo remoto, completamente independente de tua vontade, te todos esses teus informulados sentimentos. No momento seguinte, tão imediato que nascerá, gêmeo tardio, quase ao mesmo tempo que o anterior, desejerás depositar o cálice, apagar o cigarro e estender duas mãos limpas em direção a esse rosto que sequer te olha, absorvido na contemplação de sua própria paisagem interna.Mas indiferente à distância dele, quase violento, de repente queres violar com tua boca ardida de álcool e fumo essa outra boca a teu lado. Desejarás desvendar palmo a palmo esse corpo que tá tento tempo supões, até que as palma famintas de tuas mãos tenham percorrido todos os caminhos, até que tua língua tenha rompido todas as barreiras do medo e do nojo, tua boca voraz tenha bebido todos os líquidos, tuas narinas sugado todos os cheiros e, alquímico, os tenha transmutado num só, o teu e o dele, juntos - luz apagada, peças brancas de roupa cintilando, jogadas ao chão. Desejá-lo assim, a esse outro tão íntimo que às vezes julgas desnecessário dizer alguma coisa, porque enganado supões que tu e ele, vezenquando, sejam um só, te encherá o corpo de uma força nova, como se uma poderosa energia brotasse de algum centro longínquo, há muito adormecido, quem sabe dessa luz oculta, é então que sentes claramente que ele não é tu e que tu não serás ele, essa coisa, o outro, que mágico ou demoníaco, deliberado ou casual, te inflama assim, alucinando tua alma. Queres pedir a ele que, simplesmente sendo, te mantenha nesse atormentado estado brilhante para que possas iluminá-lo também com teu toque, com tua língua terna, com a vara de condão de teu desejo. Mas ele nada sabe, nem saberá se permaneceres assim, temeroso de que uma palavra ou gesto desastrados seriam capazes de rasgar em pedaços essa trama onde te enleias cada vez mais sem remédio, emaranhado em ti, em tua viva emoção, emaranhado no desconhecido de dentro dele, o outro - que no lado oposto do sofá cruza as mãos sobre os joelhos, quase inocente, esperando atento, educado, que de alguma forma termines o que começaste. Muito mais que com amor ou qualquer outra forma tortuosa de paixão, será surpreso que o olharás agora, porque ele nada sabe de tu próprio poder sobre ti, e neste exato momento poderias escolher entre torná-lo ciente de que dependes dele para que te ilumines ou escureças assim, intensamente, ou quem sabe orgulhoso negar-lhe o conhecimento desse estranho poder, para que não te estraçalhe impiedoso entre as unhas agora calmamente postas em sossego, cruzadas nas pontas dos dedos sobre os joelhos. Ah: fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias desesperadas, noites e noites a fio permanecerás insone, a fantasia desenfreada e o sexo em brasa, dormirás dias adentro, faltarás ao trabalho, escreverás cartas que não serão nunca enviadas, consultarás búzios, números, cartas e astros, pensarás em fugas e suicídios em cada minuto de cada novo dia, chorarás desamparado atravessando madrugadas em tua cama vazia, não conseguirás sorrir nem caminhar alheio pelas ruas sem descobrires em algum jeito alheio o jeito exato dele, em algum cheiro o cheiro preciso dele.Que não suspeitará de tua perdição, mergulhado como agora, a teu lado, na contemplação dessa paisagem interna onde não sabes sequer que lugar ocupas, e nem mesmo estás. Na frente do espelho, nessas manhãs maldormidas, acompanharás com a ponta dos dedos o nascimento de novos fios brancos nas tuas têmporas, o percurso áspero e cada vez mais fundo dos negros vales lavrados sob teus olhos profundamente desencantados. Sabes de tudo sobre esse possível amargo futuro. Sabes também que já não poderias voltar atrás, que estás inteiramente subjugado e as tuas palavras, sejam quais forem, não serão jamais sábias o suficiente para determinar que essa porta a ser aberta agora, logo após teres dito tudo, te conduza ao céu ou ao inferno. Mas sabes principalmente, com uma certa misericórdia doce por ti, por todos, que tudo passará um dia, quem sabe tão de repente quanto veio, ou lentamente, não importa.Só não saberás nunca que neste exato momento tens a beleza insuportável da coisa inteiramente viva. Como um trapezista que só repara na ausência da rede após o salto lançado, acendes o abajur do canto da sala depois de apagar a luz mais forte. E começas a falar.


Caio F. Abreu 

sábado, 17 de setembro de 2011

Marlboro



Minhas manhãs têm gosto de café amargo e de cigarro aceso de forma apressada e desajeitada, enquanto vou ao encontro de uma caixinha de maquiagem. Pra tudo ter seqüência eu preciso da minha máscara. Meu rosto é quasebonito todos os dias, mas a alma nem todo dias está linda.
"Você parece uma boneca, sabia?". Entretanto, eu não sou feita de plástico, e às vezes eu tenho vontade de chorar. Às vezes eu não queria viver com as bochechas cor de algodão doce, ocultadando a minha palidez por detrás, mas ei! O dia precisa seguir e meu horário é quase sempre apertado. Sete minutos até o ponto de ônibus, não mais que isso. Pelo caminho um congestionamento infernal de carros e de pensamentos.



Aline Paz

Leve (LaRaH)



Tenho orgulho... Para ser quem sou, tive que brigar muito comigo mesma, até que um dia meio que vc aceita e vê o quanto é bom viver em verdade.
Sei que magoei pessoas que amo, tive que dar muito a cara a tapa, e aprender a viver mais forte que piadas e entortadas de nariz.
Mais no fim tudo valhe muito a pena, valhe a pena acordar se olhar no espelho e falar: É essa sou eu, e sentir sua alma leve e calma.



LaRaH

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Não Crie Expectativas

Não crie expectativas, você pode se magoar, alguém que te da carinho pode te fazer chorar, alguém que te faz chorar pode te dar o maior carinho do mundo, não espero nada de ninguém e não dou esperança para esperar algo mim. 
Se você acha que não sei como agir ou que não sou nada, nem tenho atitude, ótimo é assim q quero que pense... 
Mato 1 leão por dia e meu desejum é "engolir sapo". 
Mas nada me impede de fazer o que quero.
Leandro Parra Guitierri

domingo, 4 de setembro de 2011

Drogas mais pesadas. (LaRaH)


Psicológico a mil, vida corrida, trampo, casa balada a ponto de um surto.
Meu amor e meu ódio por São Paulo cada dia maior.
Preciso de paz uma paz que já não sei aonde procurar, cansada de tanto beber pra esquecer.
Finais de semana se tornaram deprimentes, preciso de algo novo, mudanças, pessoas, bebidas mais fortes, drogas mais pesadas.
Que venha a ilusão proposital e me traga felicidade momentânea. Só que essa dose conhecida já não me satisfaz.
Preciso correr não posso parar a vida me chama.
Mais quando não se sabe o caminho, pois se mudou tanto que a vida antiga já não me satisfaz.
Sedenta por algo novo.

LaRaH

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Trecho.




A minha vida inteira as pessoas diziam que eu ia acabar 
me tornando uma psicopata se não começasse a ter sentimentos. Mas quero saber, que merda tem de tão bom em ter sentimentos. Porque finalmente me permiti e agora sinto que o meu coração foi completamente arrancado.
 (Shane McCutcheon - The L Word)

domingo, 21 de agosto de 2011

Trechos


De volta a Benediction - A primeira dança.

Amor sem sexo, sexo sem amor, amor amor amor....


Dizem que os anjos não tem sexo eles tomam a forma que querem e amam pelo o que são.
Durante um tempo tentei encontrar explicações para escolhas que fiz, escolhas estas que podem passar a ser parte de um passado...Não um passado que faça com que eu me arrependa e sim um passado que valeu pelo que tentei ser e pelo que fui.
Não sou anjo nem demônio, sei que sou puta e sou donzela, mas antes de tudo sou uma mulher apenas.....
Eu sei que posso ser ele, posso ser ela, posso ser o que eu quiser, basta fechar os olhos dar três passos e mergulhar.
Fiz o sexo dos anjos, fui metade mulher e metade homem, o corpo com o seu encaixe perfeito, a boca vermelha e sedenta...amor sem sexo, sexo sem amor, amor amor amor....
Anjos...sejam bem vindos. 

(Desconheço o autor)

Trechos -

Qualquer palavra rabiscada numa vagabunda folha de bloco, arrasta com ela algo sagrado, uma tradição que toca os primordios mentais do homem.
Talvez podem menrtir, mas é uma mentira ponderada, q inspira certo respeito. O poapel traz consigoo sopro da dignidade e uma ilusão de pérmanencia.
-Como esquecer- Myrian Campello-

Trechos -


Talvez eu me arrependa.
Mas agora preciso, descobrir o que sobrou de mim mesma.
Não posso te arrastar para uma vida de comparações. Você merece coisa melhor, do que alguém acampado em uma encruzilhada tentando o achar o caminho, qualquer caminho.
O amor exige muito, e eu tenho muito pouco pra dar. Nem sei se com esse pouco se faz vida.
Talvez eu me arrependa. Talvez.

Texto final do filme como esquecer.


sábado, 6 de agosto de 2011

Dos Três Mal Amados.



O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome
O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas, 
O amor comeu metros e metros de gravatas
O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.


Dos Três Mal Amados.- Cordel do Fogo Encantado

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Ledo engano. (LaRaH)


Se eu te disser que não te desejo, sei que é mentira. Assim como sei que ainda sinto sua falta, e que descubro que ainda te amo, quando sua voz me acalma, quando lembro de você em uma pequena coisa que acontece no dia.
Quando sua ausência machuca, quando sei que você pode estar em outros braços, que não os meus e sinto raiva.
Raiva que sinto de ti, e principalmente sinto por mim, por ainda me importar.
Raiva de todas as vezes que lembro de você, e do medo que tenho em encontrar um novo amor, e sei que o mesmo pode acontecer com você.
Raiva de me importar , de querer, de amar, e de não ter nada no mundo que me desligue de você.
Ledo engano de felicidade que criei, minha paz não é mais genuína, algo que eu solte sorrisos bobos no meio da rua.
Nada que me não venha me mostrar a dor quando vem em minha cabeça uma lembrança antiga, ou quando acordo de ressaca.
Felicidade passageira, sem aquela graça de estar em paz comigo mesma 100% do tempo.

domingo, 24 de julho de 2011

Que seja um presente (LaRaH)


Estou até que bem.
Ando aprendendo a viver de momento, não de passado ou futuro, aprendi a viver o presente.
Hoje o dia esta tranquilo, tudo em seus conformes. Amanhã já não sei mais.
Ando em um  estado desencanado que me alegra.
Porra cadê tudo aquilo que doía em meu peito, fazendo deboche de mim e acabando comigo?
Não sei... Sei que em algum lugar aqui dentro deve estar. Mas não quero procura-lo. Uma hora ele escapa aos pouquinhos vai escapando, e eu sem me importar muito, vou deixando sair. Com o tempo tudo passa, vai embora.
Não quero me fechar, não quero me enganar, se for para doer que doa quando tiver que doer.
Sem apegos banais, sem melancolia. Sou forte, bonita e interessante. E ainda com muito o que viver, muita merda pra fazer.
Que o presente seja doce e leve, que seja apenas presente. O que tem que ser, o que deve ser.
Do futuro? Não sei e também não me importo em saber, nem criarei em meu pensamento projeções do que gostaria que fosse. Não farei planos, no final tudo se encaixa e se revela da forma que deve ser. Daqui a pouco dobro uma esquina e descubro.
E quanto ao passado? Foi bom obrigada. Aprendi muito, e tenho orgulho de tudo aquilo que me tornei, e como me vejo mulher e adulta hoje. E isso tudo devesse ao passado vivido com intensidade, por tudo o que já apanhei e sofri.
E esse presente meio que estranho e vago, esta sendo bom. Novamente repito: que o presente seja um presente. Até porque não sei viver em vão, ou a espera. 
Que seja doce.


LaRaH

sábado, 23 de julho de 2011

Desapego (LaRaH)


Caralho demorou mais a ficha caiu... Da forma mais inusitada do mundo mais caiu. Hoje já posso ver o quanto não temos mais nada a ver, e como nos perdemos. E sei que tudo o que fomos um dia não volta mais.
Tudo o que vivemos foi bom, muito bom. Só que hoje não vejo mais espaço pra você em minha vida. Tento enxergar algo de você agora mais esta tudo meio cinza.
Não digo isso depois do termino, mais sim antes quando já não te reconhecia mais.
Aquela menina encantadora por quem me apaixonei morreu, e junto com ela levou minha paz, meu sono, minha fome.
Não sou hipócrita e sei que ainda vou sentir saudade. Sei que vou ficar vazia e que demora muito ainda pra gente se desligar daquilo que já nos fez tão bem.
Mais venho sentindo um tal sentimento de desapego, de sossego.
Não preciso mais de você. Percebi que você não é mais aquela menina que foi minha, e assim pude ver que não quero mais essa nova pessoa. Que estou até que bem sozinha.
Descobri que sem você sou capaz de muito mais.
Que sou capaz de ser feliz de novo, que o mundo esta repleto de pessoas bonitas, interessantes e agradáveis.
Por agora percebi que quero ser feliz, e viver um pouco mais, curtir e ficar bem. Que o presente me basta e que o futuro tanto faz.


LaRaH

Caio F. Abreu

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Ilusão (LaRah)


Um pouco de álcool, um pouco de revolta sei lá.
Ando meio chata, critica demais, total sem paciência para qualquer comentário.
Dor idiota essa que vem atormentando meus dias, me revoltei contra ela, me revoltei para o mundo.
Simplesmente parei de acreditar em qualquer coisa que não vem a ser verdade.
Foda-se o que você acha de mim ou de minhas atitudes, amo muito uma vida vadia, uma vida sem rédeas, não amo mais aquela que já amei um dia. Mais sei que justamente essa vida vadia que ela vai me cura.
Não me venham com um novo amor, não me venham com moral, de não beber ou fumar demais, que as noites em claro me faram mal.
Copos cheios, noites cheia de amigos, e corpos vazios, e sexo carnal vão me fazer bem.
Eu me conheço, e sei o dom que tenho para um pouco de bebedeira, putaria, e distração com noites vazias.
Simplesmente cansei dessa tristeza idiota, desse amor que me corroí, me desculpem os poetas os falsos moralistas.
Mais pra mim uma dor se e encara com um bom corpo e uma dose de vodka.


LaRaH

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Um dia você aprende. (LaRaH)


Vontade enorme de te puxar pelo braço te chacoalhar e dizer: Ei oque você esta fazendo?
As noites são frias, com pessoas vazias. Não jogue fora um grande amor assim.
Você não sabe o quanto doí dormir sozinha depois de uma noite repleta de gente sem graça..
Não ter para quem ligar para contar o seu dia.
Ter que sair da cama após o sexo, tão carnal e com falta de amor.
Acordar de ressaca mais sem ninguém ao seu lado para fazer um chamego.
Mais um dia você aprende, e vai sentir falta do carinho e de todo o amor que doaram a você.
Minha parte eu fiz. Talvez não sempre correto, mais da melhor forma que sei.
Pode se passar dias, meses, anos. Mais um dia a solidão chega e você vai perceber que o amor não é tão simples. Que ninguém sabe viver sozinho
Ah menina um dia você aprende.
Da pior forma possível, mais aprende.
LaRaH

sábado, 18 de junho de 2011

Cansei (LaRaH)


Ando sem paciencia pra pessoas futeis e sem graça.
Sem sacos para pessoas ofusivas, pessoas sem sal. Sem saco para pobres de espirito e fanaticos religiosos.
É com o tempo a boa Larah aprendeu a ser chata, falsa e ignorante, a quem não me convem.
Na verdade a gente cansa de apanhar na cara e virar o outro lado.
Cansei de ser troxa, fiel e timida.
Pois um belo dia se cresce, e crescendo aprendi que o mundo não é belo, a paz mundial nunca existira, a cada esquina você pode encontrar um filha da puta, e que a noite é podre.
Mais também não perco minhas convicções, de que podemos sim ter um mundo melhor com pequenos gestos.Acredito nas grandes causas sociais.
Só não mais acredito nas pessoas.

LaRaH

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Caio F. Abreu

Será que vai ser sempre assim? Bater a cabeça, achar que algo vai dar certo e depois me surpreendo tanto, que nao para de doer, e me pergunto se essa dor vai ser pra sempre, e é ai que lembro que passa, tudo passa, eu sei que passa, entao tenta voltar a conseguir comer algo, e conversar com as pessoas sem aquele aperto no meu coraçao, pois é assim que vivi quando estive amando, com medo, triste enfim..essa é a dor que um dia prova que eu senti tudo que alguem podia sentir, só que apenas em um coraçao, entao nao sei se aguento, pois é apenas um coraçao...

Caio Fernando de Abreu